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De onde vêm as palavras: O povo quer pão e circo

A outrora honrada classe política e audazes comandantes militares davam ao povo o que ele queria: comida e divertimento

Por Augusto Nunes Atualizado em 5 fev 2017, 11h22 - Publicado em 5 fev 2017, 11h22

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao lado do senador Eunício Oliveira

O senado brasileiro já foi palco de momentos gloriosos e embates de alto nível, semelhantes às decisões tomadas pelo senado romano nos seus primeiros tempos, instituição que serviu de modelo a senados de todo o mundo. Mas talvez hoje se pareça mais com o senado romano do tempo do poeta satírico Juvenal.

Quando Juvenal escreveu esta frase, os senadores da Roma antiga discutiam longamente assuntos impróprios para o lugar, como o melhor modo de preparar um peixe.

A outrora honrada classe política e audazes comandantes militares davam ao povo o que ele queria: comida e divertimento. Era como se hoje fossem distribuídos alimentos em frente aos tribunais e entradas gratuitas em todos os estádios.

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Em Roma, o trigo era oferecido no Forum  e os espetáculos eram apresentados gratuitamente em anfiteatros, dos quais o mais famoso foi o Coliseu, cujas ruínas perduram até hoje, atestando a competência de Roma também nas grandes edificações.

Foi também em contexto semelhante que o general Pompeu dissera que “navegar é preciso, viver não é preciso”, convocando os comandados a zarpar, mesmo sob ameaça de tempestade, porque navios carregados de trigo tinham que chegar a Roma antes que o povo se revoltasse.  Os autores das duas frases são historicamente muito próximos um do outro. Pompeu vivera no século I a.C., e Juvenal no século I de nossa era.

Não tinha sido sempre assim. Caminhando no campo de batalha, depois de sua célebre vitória sobre os romanos, o rei Pirro notara que todos os soldados derrotados, mortos ou feridos, tinham sido atingidos pela frente, nenhum em fuga. E ficara muito preocupado.

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Já com mais dificuldades, pois os romanos iam aprendendo a enfrentar seus elefantes, Pirro voltou a vencer Roma na segunda batalha, mas propôs paz aos vencidos, servindo-se para isso de um  embaixador chamado Cineas. Este dirigiu-se ao senado romano e estranhou que tantos decidissem o que Pirro, seu chefe, decidira sozinho.

A proposta não foi aceita, e Cineas, maravilhado com a oratória dos senadores,  disse a seu chefe no regresso: o senado romano é uma assembleia de reis.

No tempo de Juvenal, não era mais. E por isso ele escreveu a frase que se tornaria famosa. Panem et circenses  – pão e espetáculos, no original -, passou à História como pão e circo.

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