Aloysio Nunes Ferreira no Roda Viva: “O fatiamento do impeachment foi uma patacoada jurídica”
Os assuntos em pauta incluíram os desafios que o país terá de superar para sobreviver à conjunção de crises alarmantes

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O entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira foi o senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB paulista. Confira algumas declarações do líder do governo Michel Temer no Senado:
“O fatiamento do impeachment foi um desrespeito à Constituição, uma patacoada jurídica. A Constituição prevê a perda de mandato com inabilitação para o exercício de função publica. Isso gerou uma inconstitucionalidade grave do ponto de vista jurídico e uma incerteza, do ponto de vista político”.
“Acredito que alguns senadores votaram pela não inabilitação para fazer média. Outros agiram por piedade”.
“Vivemos um momento de radicalização muito grave. O PT e seus partidos satélite abandonaram um traço fundamental da cultura democrática que é admitir a legitimidade do outro. É uma cultura política de confronto. Os heróis desse pessoal são o Che Guevara, o Fidel Castro, o Lenin. Eles desconhecem, quando se fala da história do Brasil recente, Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro. Desconhecem a luta dos jornalistas contra a censura, dos comitês pela anistia, ou mesmo a luta do Partido Comunista Brasileiro”.
“Sou a favor de leis que limitem a proliferação de partidos, que limitem acesso ao Fundo Partidário, ao tempo de TV e a coligações”.
“O impeachment foi uma etapa, mas temos lutas mais sérias para vencer. Temos de fazer o governo dar certo”.
“É bom que o PT recorra ao Supremo Tribunal Federal. Isso acaba de vez com essa história de golpe”.
“A maioria das pessoas que está nessas manifestações contra o governo pertence a partidos políticos, ao PT, ao PSOL, ao PCdoB, ou a movimentos como o MST, o MTST. E tem também os black blocks, que são uma espécie de tropa de choque do MTST. Nunca vi nenhum dirigente desses partidos e siglas criticar as ações de vandalismo”.
“O ciclo econômico é uma realidade. Quando você chega ao fundo do vale as coisas começam a melhorar. A normalização da vida política do pais e a nova composição do governo estão gerando uma onda de otimismo. No governo Dilma havia um sentimento, inclusive entre os petistas, de que não havia como melhorar”.
“Com esse número de partidos e a necessidade de dar um pedacinho do Estado a cada um deles, seria difícil governar mesmo se você colocasse na Presidência o Gustavo Kuerten com a Madre Teresa de Calcutá como vice”.
“O governante precisa tomar medidas pouco populares. Precisa ter coragem de dar más notícias”.
A bancada de entrevistadores reuniu os jornalistas Thais Bilenky (Folha) e José Nêumanne (editorialista do Estadão e comentarista da TV Gazeta e da Rádio Estadão), Eduardo Muylaert (advogado criminal), Heleno Taveira Torres (professor de Direito Financeiro da USP) e Roberto Livianu (promotor de Justiça e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura.