A internet da República Velha
Texto publicado no blog Caça ao Voto Branca Nunes Nem propaganda no rádio, nem horário gratuito na TV, nem sequer pesquisas de opinião. Durante a República Velha (1889-1930), bastava a um candidato ser indicado pelo Partido Republicano para considerar-se eleito. A fraude generalizada, o sistema educacional indigente e a dominação dos coronéis se conjugavam no […]
Texto publicado no blog Caça ao Voto
Branca Nunes
Nem propaganda no rádio, nem horário gratuito na TV, nem sequer pesquisas de opinião. Durante a República Velha (1889-1930), bastava a um candidato ser indicado pelo Partido Republicano para considerar-se eleito. A fraude generalizada, o sistema educacional indigente e a dominação dos coronéis se conjugavam no jogo de cartas marcadas. As manifestações da oposição eram frequentemente dissolvidas a bala. Os comícios eram muito mais uma demonstração de força que um instrumento para conquistar eleitores. Os anúncios e reportagens nos jornais, administrados pelos partidos, destinavam-se a popularizar um perfil positivo do escolhido.
É dessa época a primeira imagem em movimento de uma campanha eleitoral. Em15 de outubro de 1921, uma multidão – de chapéu – observa a passagem de Arthur Bernardes pela capital federal.
var so = new SWFObject(‘https://veja.abril.com.br/videos/mediaplayer.swf’,’mpl’,’440′,’330′,’7′);
so.addVariable(‘file’,’https://mats.abril.com.br/vid/11/4908eac28e70a092e5add459396bd3e4.mp4′);
so.addVariable(‘image’,’https://mats.abril.com.br/thu/11/4908eac28e70a092e5add459396bd3e4.jpg’);
so.addParam(“allowfullscreen”,”true”);
so.addParam(‘allowscriptaccess’,’always’);
so.addVariable(“repeat”,”false”);
so.addVariable(“audcod”,”23242″);
so.addVariable(‘width’,’440′);
so.addVariable(‘height’,’330′);
so.addVariable(‘searchbar’,’false’);
so.addVariable(‘autostart’,’false’);
so.write(‘player_veja1’);
“Ao que tudo indica, esta gravação não teve qualquer efeito publicitário levando-se em conta que não era simples sua exibição, pois a TV ainda não existia”, escreve a publicitária Débora Tavares no livro Marketing Político – do Comício à Internet.
Num tempo em que a comunicação por telefone era extremamente precária, as informações viajavam a bordo dos telegramas. O telégrafo exercia o papel que hoje cabe à internet e era usado para a divulgação da notícia, a troca de ideia entre os correligionários (espécie de coordenadores de campanha) e o envio de mensagens cifradas de um chefe político para outro. O deslocamento dos políticos em campanha era feito por trem.
De acordo com o professor Moisés Stefano Barel, na primeira eleição direta do Brasil Republicano, em 1894, Prudente de Morais buscou votos com o “envio de cartas personalizadas aos eleitores, um intenso corpo-a-corpo e a publicação de mensagens na imprensa”. Ainda não havia sido instalada a política do café com leite, que dispensou os candidatos desse tipo de esforço.
Trinta e cinco anos depois, na campanha de 1929, Julio Prestes estreia no rádio com Seu Julinho Vem, o primeiro jingle político da história do Brasil.
var so = new SWFObject(‘https://veja.abril.com.br/videos/mediaplayer.swf’,’mpl’,’620′,’20’,’7′);
so.addVariable(‘file’,’https://veja.abril.com.br/arquivo/jingles/1929/1929-seu-julinho-vem-francisco-alves-grav.-odeon.mp3′);
so.addParam(“allowfullscreen”,”true”);
so.addParam(‘allowscriptaccess’,’always’);
so.addVariable(“repeat”,”false”);
so.addVariable(“audcod”,”23242″);
so.addVariable(‘width’,’620′);
so.addVariable(‘height’,’20’);
so.addVariable(‘searchbar’,’false’);
so.addVariable(‘autostart’,’false’);
so.write(‘player_veja2’);
“O rádio chegou ao país em 1923”, informa Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos. “Em 1929, embora ainda tivesse um alcance incipiente pela escassez de aparelhos, começou a ser usado de forma racional numa campanha eleitoral”. Manhanelli lembra que antes da campanha de Julio Prestes existiam apenas canções satíricas ou de protesto. “O jingle político é feito para exaltar um candidato e persuadir o eleitorado”.
Pouco mais tarde, Julio Prestes lançou Comendo Bola, composto por Jaime Reondo, e Eu Ouço Falar, de Francisco Alves:
var so = new SWFObject(‘https://veja.abril.com.br/videos/mediaplayer.swf’,’mpl’,’620′,’20’,’7′);
so.addVariable(‘file’,’https://veja.abril.com.br/arquivo/jingles/1929/1929-julio-prestes-comendo-bola-jaime-reondo-grav.-columbia.mp3′);
so.addParam(“allowfullscreen”,”true”);
so.addParam(‘allowscriptaccess’,’always’);
so.addVariable(“repeat”,”false”);
so.addVariable(“audcod”,”23242″);
so.addVariable(‘width’,’620′);
so.addVariable(‘height’,’20’);
so.addVariable(‘searchbar’,’false’);
so.addVariable(‘autostart’,’false’);
so.write(‘player_veja3’);
var so = new SWFObject(‘https://veja.abril.com.br/videos/mediaplayer.swf’,’mpl’,’620′,’20’,’7′);
so.addVariable(‘file’,’https://veja.abril.com.br/arquivo/jingles/1929/1929-julio-prestes-eu-ouco-falar-seu-julinho-francisco-alves-grav.-odeon.mp3′);
so.addParam(“allowfullscreen”,”true”);
so.addParam(‘allowscriptaccess’,’always’);
so.addVariable(“repeat”,”false”);
so.addVariable(“audcod”,”23242″);
so.addVariable(‘width’,’620′);
so.addVariable(‘height’,’20’);
so.addVariable(‘searchbar’,’false’);
so.addVariable(‘autostart’,’false’);
so.write(‘player_veja4’);
Com a vitória do político paulista, que precipitou o início da Revolução de 1930, um jingle bem humorado procura mobilizar os brasileiros para a batalha.
var so = new SWFObject(‘https://veja.abril.com.br/videos/mediaplayer.swf’,’mpl’,’620′,’20’,’7′);
so.addVariable(‘file’,’https://veja.abril.com.br/arquivo/jingles/1929/1931-getulio-seu-getulio-ou-ge-ge-almirante-e-o-bando-de-tangaras-grav.-parlophon.mp3′);
so.addParam(“allowfullscreen”,”true”);
so.addParam(‘allowscriptaccess’,’always’);
so.addVariable(“repeat”,”false”);
so.addVariable(“audcod”,”23242″);
so.addVariable(‘width’,’620′);
so.addVariable(‘height’,’20’);
so.addVariable(‘searchbar’,’false’);
so.addVariable(‘autostart’,’false’);
so.write(‘player_veja5’);
A chegada de Getúlio Vargas ao poder sepultou a República Velha. E deu início a uma outra etapa da propaganda política brasileira.