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Augusto Nunes

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‘Silêncio eloquente’, de José Casado

Publicado no Globo desta terça-feira JOSÉ CASADO Lula emudeceu. Evita falar sobre os prejuízos e o tráfico de influência em alguns dos maiores negócios realizados pela Petrobras durante o seu governo. Há inquéritos, prisões e debates no Congresso, mas o ex-presidente da República se mantém calado para o público sobre os bilionários “malfeitos” na sua […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 04h05 - Publicado em 8 abr 2014, 18h49

Publicado no Globo desta terça-feira

JOSÉ CASADO

Lula emudeceu. Evita falar sobre os prejuízos e o tráfico de influência em alguns dos maiores negócios realizados pela Petrobras durante o seu governo.

Há inquéritos, prisões e debates no Congresso, mas o ex-presidente da República se mantém calado para o público sobre os bilionários “malfeitos” na sua administração.

Estranhável, porque se trata de um político habituado a sair da cama no meio da madrugada, andar até a cozinha e abrir a geladeira apenas para ter o prazer de fazer um breve e secreto “comício” ─ cena que ele mesmo já descreveu inúmeras vezes em praças públicas.

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Esse silêncio, certamente, não é por recomendação médica: na sexta-feira Lula conversou por quase três horas com a presidente Dilma Rousseff, a sós, num hotel paulistano.

Ex-ministra de Minas e Energia, ex-chefe da Casa Civil e ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, sob Lula, ela fez questão de escrever e divulgar no Palácio do Planalto seu testemunho sobre um dos negócios suspeitos da estatal ─ a aquisição de uma refinaria ferro-velho em Pasadena (Texas) ao custo de mais de US$ 1 bilhão, com base em documentos “técnica e juridicamente falhos”.

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“Tiro no pé” foi o comentário mais frequente sobre o gesto de Dilma no plantel de porta-vozes de Lula. A nota foi interpretada como confirmação do “malfeito”. No Congresso houve quem fizesse leitura diferente: Dilma se preocupou em registrar publicamente os limites da sua atuação, estabelecidos nas ordens que possuía como ministra e representante de Lula no conselho da Petrobras.

A fronteira do seu poder estava bem delimitada. No Ministério de Minas e Energia, por exemplo, esboçou uma reforma na diretoria da Petrobras, com alavancagem de Maria das Graças Foster, a quem chama de “Graciosa”. Surpreendeu-se com a reação de José Dirceu, chefe da Casa Civil. Precisou esperar seis anos para conseguir nomeá-la comandante da empresa.

Lula foi o dono do tempo e da agenda de negócios da companhia, em transações com políticos aliados, em linha direta com José Sérgio Gabrielli, que fazia questão de exibir a estrela-símbolo do PT na lapela do paletó.

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São do período Lula-Gabrielli iniciativas como a bilionária conta da compra e projetos de reforma da refinaria no Texas, a construção da refinaria em Pernambuco a custo dez vezes acima do orçamento inicial, e, ainda, a porteira aberta em áreas-chave às traficâncias dos associados na “maior base aliada do Ocidente”, conforme a modesta definição de Dirceu.

Foi nessa etapa que a Petrobras desidratou a auditoria interna e repassou mais de 75% do serviço de fiscalização dos seus contratos às próprias empresas contratadas, como registrou o Tribunal de Contas da União. Recebiam de um lado do balcão. E, do outro, forneciam até “as secretárias do gerente e do fiscal” ─ constatou o TCU em documento apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito que desvendou o mensalão.

O relatório final dessa CPI é instrutivo e está na rede do Senado, com seus três volumes e 1.800 páginas. A capa destaca um versículo bíblico (Mateus, 10:26): “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não venha a ser revelado, e nada há de escondido que não venha a ser conhecido.”

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