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Humanos podem ter dividido américa com preguiças gigantes por milênios

Novas descobertas questionam teoria de que humanos dizimaram espécies logo que chegaram ao novo continente

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 dez 2024, 12h24 - Publicado em 23 dez 2024, 12h23

A história mais comum é essa: há cerca de 13 mil anos, com o fim da última era glacial, uma ponte se formou no estreito de Bering, permitindo a passagem de humanos da Ásia para as Américas. Logo que isso aconteceu, eles dizimaram cerca de 70% da megafauna norte-americana e 80% dos mamíferos gigantes da porção sul do continente. Descobertas recentes, contudo, questionam essa teoria

De fato, houve uma grande diminuição de mamíferos gigantes nesse período, mas o que as evidências recentes apontam é que os humanos podem ter chegado ao continente muito antes, tendo compartilhado o continente com a megafauna por pelo menos dez milênios. E umas das principais evidências vêm de um laboratório brasileiro. 

O que mostram as evidências?

Em uma publicação de 2023, no periódico Journal of Quaternary Science, a pesquisadora do Departamento de Biologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Mírian Liza Alves Forancelli Pacheco traz a público a datação do fóssil de uma preguiça gigante. Descoberto  no sítio arqueológico de Santa Elina, em Cuiabá, ele tem cerca de 27 mil anos. 

O mais curioso, contudo, é que o trabalho revela que parte desse fóssil foi, muito provavelmente, manipulado por humanos. Se tratam dos osteodermas, pequenas placas ósseas localizadas nas camadas dérmicas na pele. Algumas dessas estruturas, com o tamanho aproximado de uma moeda, foram polidas e tinham furos, sugerindo que pudessem ter sido modificadas por humanos para serem utilizadas como acessórios. 

Se a evidência for confirmada, será possível concluir que os humanos chegaram às américas milênios antes do que se acreditava até agora e, portanto, tiveram uma longa convivência com os mamíferos gigantes que aqui viviam. “As evidências crescentes da coabitação de humanos e megafauna na América do Sul têm sido valiosas para elucidar fatores determinantes e [explicar] o possível papel humano na extinção da megafauna no Quaternário Tardio”, escrevem os autores. 

Esse não é o primeiro estudo a sugerir que a data de chegada dos humanos ao continente é anterior à 13 mil anos. De acordo com reportagem da agência Associated Press, ferramentas feitas com ossos de animais encontrados em uma turfeira, no Chile, sugerem que os humanos já circulavam pela América do Sul há 14,5 mil anos. Além disso, outros trabalhos já encontraram pegadas humanas de 23 mil anos e marcas de corte em ossos animais, possivelmente feitos por Homo sapiens, que datam de cerca de 30 mil anos.

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