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Fóssil mais antigo do mundo de um girino é encontrado – e ele era enorme

Animal tinha 16 centímetros e já era bem parecido às espécies contemporâneas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 out 2024, 16h36

Em 2021, quando investigavam um sítio paleontológico na Estância La Matilde, em Santa Cruz, na Argentina, um grupo de cientistas falhou em encontrar os dinossauros que procuravam, mas eles fizeram uma descoberta ainda mais curiosa: incrustado em uma rocha, estava o mais antigo fóssil de um girino já registrado – e ele era enorme. 

O material estava surpreendentemente bem preservado. Escondido lá por cerca de 165 milhões de anos, permitiu ver a cabeça, a maior parte do corpo e até parte da cauda, dos olhos, dos nervos e da pata traseira do anfíbio. “O registro fóssil de girinos é muito escasso, o que tem mantido enigmática a evolução da fase larval dos anuros”, diz Mariana Chuliver, paleontóloga líder do estudo, em comunicado. 

O que o fóssil revela sobre os sapos e rãs?

De fato, o trabalho elucida uma lacuna de décadas. Isso ocorre porque fósseis de anuros, um tipo de anfíbio sem cauda que corresponde ao grupo dos sapos e rãs, têm registros desde o triássico, há 215 milhões de anos. Contudo, até agora, o fóssil mais antigo de um girino era do triássico, há apenas 145 milhões de anos. 

Isso impossibilitava entender quando surgiu a característica de metamorfose na evolução desses animais, mas o fóssil mais recente, descrito nesta quarta-feira, 30, na Nature, confirma que o ciclo de vida desse tipo de animal existe como é hoje pelo menos desde o período jurássico médio

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E as descobertas não param por aí. De acordo com os autores, esses seres podiam ser gigantes: eles estimam que o fóssil, identificado como sendo da espécie Notobatrachus degiustoi, hoje extinta, pertenceu a um animal de 16 centímetros. O tamanho notável se assemelha ao gigantismo observado em algumas espécies atuais e sugere que os animais viviam em um ambiente tranquilo, com poucos predadores. A observação ainda possibilitou concluir que esse indivíduo se alimentava de maneira semelhante aos girinos atuais. 

É um achado importante, que revela o quão bem sucedidos são os anuros, com uma morfologia que o permitiu se adaptar bem tanto àquele ambiente, quanto ao atual, sem maiores dificuldades. 

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