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Criatura milenar confundida com lula era, na verdade, verme predador

Nova análise de fósseis da Groenlândia resolve mistério de 50 anos ao identificar os nectocaridídeos como ancestrais dos vermes-flecha

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 jul 2025, 17h20 - Publicado em 29 jul 2025, 17h00

Uma descoberta paleontológica feita na Groenlândia desfez um equívoco que durou meio século. Os nectocaridídeos eram considerados os possíveis ancestrais dos cefalópodes — grupo que inclui as lulas, polvos e sépias. Com aparência hidrodinâmica, barbatanas laterais e olhos grandes, essas criaturas do período Cambriano (há cerca de 519 milhões de anos) pareciam, à primeira vista, versões primitivas das lulas modernas. No entanto, essa teoria sempre causou estranhamento entre os cientistas, já que contradizia parte do registro fóssil.

Agora, um novo estudo publicado na Science Advances resolveu o mistério. Pesquisadores analisaram fósseis excepcionalmente bem preservados da Groenlândia e concluíram que os nectocaridídeos, na verdade, pertencem à linhagem dos quetognatos — também conhecidos como vermes-flecha, pequenos animais marinhos predadores que hoje vivem no plâncton.

Como a descoberta foi possível?

A peça-chave foi a preservação rara de tecidos nervosos, o que permitiu identificar um gânglio ventral — estrutura típica dos vermes-flecha — em 25 espécimes fossilizados. Essa massa de neurônios, localizada na parte inferior do corpo, é exclusiva dos quetognatos entre os filos animais conhecidos. Além disso, os pesquisadores observaram outras semelhanças anatômicas entre os nectocaridídeos e fósseis de vermes-flecha antigos, como o formato da cabeça e estruturas de alimentação.

A nova espécie descrita, Nektognathus evasmithae, exibia olhos complexos, com lentes globulares, e uma estrutura mandibular usada para engolir presas inteiras por sucção. Diferentemente dos vermes-flecha atuais — que são quase cegos e se alimentam de pequenos organismos planctônicos —, seus ancestrais do Cambriano tinham visão aguçada e ocupavam o topo da cadeia alimentar.

Segundo os autores do estudo, a descoberta revela que os vermes-flecha já foram muito mais complexos do que são hoje. Ao contrário da ideia comum de que a evolução caminha rumo a maior sofisticação, o exemplo dos quetognatos mostra que a trajetória pode incluir perdas. Os vermes-flecha modernos, pequenos e com sentidos menos desenvolvidos, representam uma versão simplificada de um grupo que já foi comparável a tubarões em eficiência predatória.

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