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Assim como nos cães, ouvidos humanos tentam se mover para ouvir melhor

Pesquisadores descobrem que músculos vestigiais se contraem quando nos esforçamos para ouvir, revelando um traço ancestral esquecido

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 fev 2025, 14h00

Você já tentou mexer as orelhas? Embora poucas pessoas consigam movê-las ligeiramente, a maioria ficaria surpresa ao saber que seus ouvidos ainda tentam girar para captar sons — exatamente como faziam nossos ancestrais primatas há milhões de anos e como fazem os cachorros.

É o que revela um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Saarland, na Alemanha, da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, e do fabricante de aparelhos auditivos WS Audiology. A pesquisa mostrou que os músculos responsáveis por movimentar nossas aurículas (a parte externa das orelhas) ainda se ativam quando tentamos ouvir melhor. Apesar de não conseguirem mais movimentar a orelha, eles continuam respondendo a estímulos auditivos, sugerindo que nossa biologia preserva esse mecanismo evolucionário.

O que acontece com nossos ouvidos quando nos concentramos?

Há dezenas de milhões de anos, nossos ancestrais primatas direcionavam suas orelhas para identificar a fonte de ruídos. Hoje, as aurículas humanas perderam essa habilidade e parecem funcionar apenas como um ornamento. Mas os pesquisadores descobriram que os músculos que, outrora, moviam essas estruturas ainda reagem ao esforço auditivo.

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O estudo recrutou 20 jovens adultos com audição normal para um experimento curioso: eles ouviram trechos de audiolivros enquanto um podcast tocava ao mesmo tempo, criando uma competição sonora. Sensores posicionados ao redor das orelhas registraram a atividade elétrica dos músculos auriculares e revelaram que, ao tentar se concentrar no som do audiolivro, os participantes ativavam involuntariamente esses músculos, como se ainda tentassem girar as orelhas para captar melhor os sons.

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“Existem três grandes músculos que conectam a orelha ao crânio e ao couro cabeludo. Observamos que, especialmente o músculo auricular superior, apresenta maior atividade quando a pessoa precisa se concentrar para ouvir”, explica o neurocientista Andreas Schröer, líder do estudo. “Isso sugere que esses músculos não são ativados apenas como um reflexo, mas fazem parte de um mecanismo de atenção auditiva, especialmente em ambientes ruidosos.”

O passado escondido nas orelhas

A capacidade de mover as orelhas foi essencial para nossos ancestrais há cerca de 25 milhões de anos, quando pequenos primatas dependiam da audição para detectar ameaças ou oportunidades ao redor. Com o tempo, essa habilidade foi perdida, pois os humanos passaram a girar a cabeça em vez das orelhas para ouvir melhor. Hoje, apenas 10 a 20% das pessoas ainda conseguem mexer ligeiramente as aurículas.

Embora os ouvidos humanos não se movam mais como antigamente, o estudo sugere que os circuitos neurológicos responsáveis por esse movimento ainda estão ativos. Sempre que tentamos ouvir algo em meio ao barulho, nosso cérebro ainda envia sinais para os músculos auriculares, mesmo que sem sucesso.

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“Os movimentos do ouvido gerados por esses sinais são tão pequenos que provavelmente não trazem benefícios perceptíveis”, admite Schröer. “Mas a aurícula ainda desempenha um papel na nossa capacidade de localizar sons. Nosso sistema auriculomotor tenta o seu melhor — mesmo depois de 25 milhões de anos de inatividade.”

Em que essa pesquisa pode ser útil?

Embora os movimentos vestigiais das orelhas sejam sutis demais para afetar diretamente nossa audição, a descoberta pode abrir novos caminhos para a pesquisa auditiva. Schröer e sua equipe planejam expandir o estudo para entender melhor como esses espasmos musculares podem influenciar a audição de pessoas com deficiência. Isso pode levar ao desenvolvimento de novas tecnologias em aparelhos auditivos e terapias voltadas para a melhoria da percepção sonora.

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