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A “Flor-Cadáver” que atraiu milhares de pessoas na Austrália

A planta, conhecida pelo seu mau cheiro, que se assemelha ao de um animal morto, floresceu causando comoção

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jan 2025, 12h10 - Publicado em 28 jan 2025, 12h06

Milhares de pessoas se reuniram na última semana no Jardim Botânico Real de Sydney, na Austrália, para presenciar o raro desabrochar de uma “flor-cadáver”. O evento singular atraiu visitantes que encararam filas de até três horas para admirar a planta e experimentar seu aroma inusitado, comparado ao cheiro de lixo em decomposição. A floração, transmitida ao vivo pela internet, acumulou quase 1 milhão de visualizações.

“A comoção se deve à raridade do acontecimento”, explica Marcelo Vieira Ferraz, engenheiro agrônomo e coordenador da pós-graduação em paisagismo da Unesp. “O ciclo dessa planta pode durar cerca de 40 anos, mas ela floresce poucas vezes, geralmente duas ou três vezes ao longo de sua vida, e por um período muito curto, de 24 a 36 horas. Além disso, o aquecimento global e a degradação de seu habitat natural reduziram drasticamente o número de exemplares no mundo, com grande parte sobrevivendo apenas em jardins botânicos”.

A planta é, na verdade, uma inflorescência conhecida cientificamente como Amorphophallus titanum. Originária das florestas tropicais de Sumatra, na Indonésia, onde é chamada de Bunga Bangkai, ela ganhou o apelido carinhoso de “Putrícia” na internet, uma combinação de “pútrido” com “Patrícia”. O exemplar exibido em Sydney foi importado do Jardim Botânico de Los Angeles e chegou à Austrália com apenas 25 cm de altura. Após uma década de cultivo, a planta alcançou 1,60 m.

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Reconhecida como a maior estrutura de floração do mundo, a flor-cadáver pode atingir até 3 metros de altura e pesar aproximadamente 150 kg. Ela pertence à família das aráceas, que inclui plantas populares como antúrios, lírios-da-paz e costelas-de-adão. Durante o desabrochar, o cheiro característico de carne em decomposição intensificou-se, provocando náuseas em alguns visitantes.

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Um show botânico

No Jardim Botânico de Sydney, Putrícia foi apresentada de forma majestosa, envolta por uma cortina roxa e cercada por névoa de um umidificador, criando uma atmosfera quase teatral. O evento atraiu cerca de 20 mil pessoas, ansiosas para presenciar um fenômeno que não ocorria no local havia 15 anos.

O fascínio pelo florescimento foi tão grande que barreiras tiveram de ser instaladas para conter a multidão. Com visitantes caminhando por um tapete vermelho e tirando selfies ao lado da planta, o evento assumiu ares de espetáculo. Apesar do cheiro intenso, muitos se inclinavam para sentir o aroma de perto.

Além do público presente, Putrícia conquistou uma audiência online. Uma transmissão ao vivo do jardim alcançou quase um milhão de visualizações em menos de uma semana, gerando memes e comentários nas redes sociais. Para intensificar o cheiro e atrair os insetos polinizadores, a planta foi colocada em um ambiente climatizado em 37ºC, o que ajudou a propagar o aroma característico e atrair moscas e besouros, que depositaram ovos em seu interior. Embora houvesse sugestões para oferecer sacos de vômito aos visitantes, a equipe do jardim decidiu não adotar a medida.

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Uma atração para os polinizadores

O cheiro marcante da flor-cadáver é uma estratégia evolutiva para atrair moscas e outros insetos polinizadores, que confundem o aroma com o de carne em decomposição. A planta utiliza o espádice amarelo para liberar o odor e facilitar o transporte de pólen entre flores masculinas e femininas. 

Além de Sydney, a rara floração dessa espécie já foi registrada em outras cidades australianas, como Melbourne e Adelaide, e em países como Estados Unidos e Reino Unido, sempre causando comoção e curiosidade. Estima-se que restem apenas 300 exemplares dessa planta ameaçada de extinção na natureza. “Uma atração desse porte mostra o quanto a diversidade botânica tem o potencial de atrair o público e fomentar o turismo, seja ele de aventura, botânico, cultural ou educacional. Há muito potencial na flora, seja ela exótica, como neste caso, ou não”, conclui Ferraz.

 

 

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