A era das convicções: foi queima de arquivo
É sagrado acreditar que foi queima de arquivo. Quando o sagrado disputa com a verdade, quem perde é a verdade

O vírus da convicção de Sérgio Moro e Dallagnol se espalhou junto a pessoas de esquerda. No caso da morte de Adriano da Nóbrega, primeiro se tem a convicção de que foi “queima de arquivo”, depois os fatos “provam” a convicção.
Diz o convicto, não há corpo. Responde o investigador: olha aqui a foto do corpo. A tréplica do convicto: A foto não é verdadeira, é montada. E assim vai o diálogo.
Investigador: Flávio Bolsonaro deu uma declaração contra o assassinato.
Convicto: A declaração foi para disfarçar.
Investigador: Eduardo Bolsonaro é aliado de ACM Neto, estava na Bahia em um evento da Câmara de Vereadores de Salvador.
Convicto: Isso foi para despistar.
Investigador: Witzel e Rui Costa não fariam esse tipo de acordo.
Convicto: Eles não controlam a polícia.
Investigador: Adriano era bem treinado e perigoso, a polícia mata por muito menos.
Convicto: 10 policiais se reuniram antes da operação e falaram abertamente uns para os outros ‘vamos fazer uma queima de arquivo’.
Investigador: onde está a prova desta reunião e deste diálogo?
Convicto: os policiais nunca irão revelar.
Foi assim que Sérgio Moro condenou Lula. Só que é difícil enxergar quando a “convicção” está de seu lado, isto é, está do lado “certo”. Trata-se de um viés que afeta todas as mentes, sejam elas de direita ou de esquerda.