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A Origem dos Bytes

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Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.

O paulistano que desenhou o logotipo do Uber

O designer paulistano Roger Oddone, de 37 anos, é um dos responsáveis pela recente mudança visual do Uber, o famoso aplicativo de contratação de motoristas. Ele esteve por trás, por exemplo, da transformação radical do logotipo da empresa e do ícone do app em smartphones – uma mudança anunciada em fevereiro. Ao invés do antigo […]

Por Filipe Vilicic Atualizado em 4 jun 2024, 22h31 - Publicado em 20 mar 2016, 14h51

rogeroddoneO designer paulistano Roger Oddone, de 37 anos, é um dos responsáveis pela recente mudança visual do Uber, o famoso aplicativo de contratação de motoristas. Ele esteve por trás, por exemplo, da transformação radical do logotipo da empresa e do ícone do app em smartphones – uma mudança anunciada em fevereiro. Ao invés do antigo “U” que caracterizava a marca, agora o logo tem forma hexagonal (quando exibido a motoristas) ou circular (para passageiros). As alterações que ele fez sofreram duras críticas. A revista americana Fortune, por exemplo, defendeu que “o novo logo é um erro”. “É natural”, rebate Oddone. “Quando se muda algo em uma empresa de tamanha visibilidade, surgirão reclamações. Só que o fato é que tínhamos de nos reformular”, completa. Na entrevista a seguir, o designer conta como foi participar do projeto, tido como de suma importância para o Uber.

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Por que era necessário esse redesenho completo do app? Há dois motivos. O primeiro é que, no início, éramos apenas uma empresa de nicho e local. Atuávamos com carros de luxo em São Francisco. Mas crescemos muito, viramos globais, nos popularizamos e hoje estamos em 400 cidades em 70 países. Essa globalização da marca levou a uma mudança na mensagem que queremos passar, visualmente, a nossos clientes. A segunda razão é, na verdade, simples. O projeto visual anterior sofria de problemas técnicos. O logotipo, por exemplo, era pouco visível quando em tamanhos menores, como em um ícone na tela do celular. Além disso, a paleta cromática utilizada era limitadíssima, restrita a preto, branco e azul. Uma empresa global precisa ter uma cara mais globalizada.

O que os guiou nessa transformação visual? É importante ressaltar que reformulamos toda a identidade visual, que vai além do logotipo, que é o que mais se destaca. Há vários outros elementos que mudamos, como o ícone do aplicativo e o estilo de ilustração. A ideia motivadora, que serviu de base para tudo que realizamos, é a de que somos uma empresa que combina bits e átomos. Lidamos com tecnologia e, por isso, a referência aos bits, a menor partícula de informação digital. Só que atuamos transformando o mundo real, feito de átomos. Essa é a ideia que queremos transmitir com o novo logotipo e com a identidade visual que criei.  Outro ponto fundamental é que gostamos de celebrar cada cidade em que atuamos. Apesar de sermos globais, nossa ação é localizada, nos municípios. Portanto, criamos uma variação de cores única para representar cada país. O aplicativo utilizado no Brasil, por exemplo, agora conta com cores mais vibrantes, refletindo a animação de nosso povo. Além disso, os padrões visuais do app brasileiro são inspirados nos desenhos do calçadão do Rio de Janeiro e dos jardins do artista plástico Roberto Burle Marx. Ou seja, nos tornamos adequados à cada cultura, de cada país, em que estamos.

Como um leigo percebe esse conceito de bits e átomos ao ver o logotipo da marca? Não se trata de uma mensagem literal, mas, sim, de uma abstração. A ideia é de que os componentes visuais fixos da identidade visual, como partes brancas e pretas, transmitem o que é um bit, uma unidade binária e imutável. Já os padrões flutuantes, que se transformam de acordo com o local, são os átomos.

Qual foi a sua reação às críticas ao seu trabalho, como as de especialistas da área que afirmavam que era difícil reconhecer o novo logo e associá-lo ao Uber? É natural que surjam essas queixas toda vez em que se muda algo com o qual as pessoas estão acostumadas. Alguns defendem que era mais fácil reconhecer o ícone do Uber no celular quando se tinha a letra “U” nele. Porém, isso só pode ser verdade em países que utilizam caracteres romanos. A questão é que hoje somos globais e atuamos em lugares em que a letra “U” nada significa. Logo, tive de criar um logotipo passível de ser identificado em todos os países nos quais contamos com motoristas.

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Como você foi chamado para trabalhar no Uber? No Brasil eu tinha um escritório, bem pequeno, de design. Só que eu colocava meus desenhos online e eles começaram a ganhar repercussão pela internet. Gente de todo mundo, até da Estônia, me procurou para me convidar para realizar trabalhos. Isso chamou a atenção do Google, que me convidou para integrar o time da empresa no Vale do Silício, em 2011. Depois de três anos trabalhando na redefinição da identidade de produtos da marca, fui convidado pelo Uber para integrar a equipe deles. O que me despertou interesse foi que já havia o plano de transformar o visual do aplicativo. Quis participar dessa empreitada.

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