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A Origem dos Bytes

Por Filipe Vilicic Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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Novo capítulo da novela de Nando Moura e vídeos desmonetizados no YouTube

E ainda: detalhes de algumas atualizações que deixaram mais rigorosos os critérios para excluir publicações no site de vídeos

Por Filipe Vilicic Atualizado em 26 fev 2019, 20h04 - Publicado em 26 fev 2019, 19h46

Três dias depois de reclamar que alguns de seus vídeos teriam sido desmonetizados no YouTube, Nando Moura voltou a falar do assunto no domingo (num vídeo que eu já havia visto, deixo claro). Nele, reclama daqueles que teriam dito que todo o seu canal foi desmonetizado – o que não seria, por exemplo, meu caso, que segui a análise em cima do que Moura mesmo já havia dito, de que havia parado de verter anúncios para alguns dos posts de sua plataforma. Havia desprezado a briga entre os youtubers e feito a avaliação em cima do que se desmonetiza (incluindo aí outros canais, como o de Felipe Castanhari, rival ideológico de Moura), e do que é excluído do YouTube. E se as regras seriam justas. Porém, agora informações mais curiosas foram descobertas.

A primeira delas é que dentro do próprio Google (dono do YouTube), Moura virou piada. Ele reclamaria, no final, à toa. Teria esperneado pelas “9 páginas” de vídeos desmonetizados, que ele mesmo mostrou; mas, na real, isso representaria uma parte pequena de todo o conteúdo que já disseminou pelo site. Também se queixou que essas publicações seriam completamente desmonetizadas. No entanto, parece que não é bem isso: a maioria só teria sido tida como de conteúdo impróprio para a maioria dos anunciantes (mas alguns que não se importariam com isso poderiam ainda aparecer, eventualmente, nos vídeos).

Então, do que se trataria o escarcéu feito por Nando Moura no último dia 21 em seu próprio canal? Nos bastidores, o que se corre é que ele estaria, por qualquer razão ainda enigmática, achando-se perseguido por funcionários do YouTube que, dentro dessa teoria conspiratória, não concordariam com a linha ideológica apresentada por ele em seu canal. Por isso, ainda dentro da tese de bastidores, esses funcionários estariam podando, sabe-se lá como, a repercussão dos vídeos.

O YouTube é regido por um algoritmo. Algoritmos não são neutros, é verdade, pois estes são formulados por pessoas. No entanto, a pergunta que fica é: como raios esse algoritmo estaria limitando o alcance de Nando Moura? Será mesmo que se estariam adotando táticas, que prejudicariam uma empresa estadunidense multibilionária e seus resultados financeiros caso fossem descobertas, para podar seguidores de um youtuber brasileiro que nem figura no ranking de mais seguidos e vistos?

Enfim, enquanto essa fofoca rolava solta nos limites das paredes da internet brasileira, o YouTube mudou, ontem à noite, suas diretrizes globais. Agora, está mais rigoroso. Em teoria, e por exemplo, bastaria um youtuber falar um palavrão em seus vídeos para ter a publicidade cortada no mesmo – o que tem potencial para prejudicar o rendimento de youtubers como Nando Moura, Júlio Cocielo, dentre outros, de diversas vertentes e pensamentos, que costumam usar linguajar de tal linha.

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Além disso, também ficou, digamos assim, mais fácil e rápido ter um conteúdo simplesmente deletado do site. Caso daqueles que ferem direitos autorais – categoria na qual se encaixam algumas das produções de Felipe Castanhari, por exemplo. Os chamados “strikes” (avisos, numa tradução livre) seriam rápidos, sequentes e poderiam logo derrubar um post que fosse tido como contra as regras do jogo.

O YouTube age assim não por se preocupar com o que raios falam youtubers brasileiros. Muito menos por dar qualquer importância à divisão política brasileira. Mas, sim, para não ter seu bolso prejudicado.

Ocorre que, saindo do universo dos youtubers “br”, o YouTube tem desgastado a relação com uma penca de anunciantes. As marcas não têm gostado de ver seus produtos colados a vídeos que muitas vezes em nada representam a imagem que querem passar – e, em não tão raras ocasiões, chegam a ser associados a crimes. Por isso, algumas empresas divulgaram que podem até deixar de investir no YouTube.

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Frente à ameaça financeira, o Google resolveu se mexer para aumentar a severidade e inflexibilidade das regras que regem sua comunidade de usuários. E isso em nada tem a ver com o esperneio de alguns “influencers” do lado de cá do continente americano.

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