A fúria do vento e das águas
O impacto econômico da devastação causada pela tempestade tropical no Texas chega a 190 bilhões de dólares
O furacão Harvey — que chegou à categoria 4, numa escala que vai até 5 — perdeu força após atingir o litoral americano no sul do Texas, na sexta-feira 25, tornando-se uma tempestade tropical. O estrago, porém, foi monumental. Choveu mais no estado em uma semana do que a média histórica de um ano inteiro. Inúmeras cidades ficaram debaixo d’água, inclusive Houston, a mais populosa, com 2,3 milhões de habitantes. Estima-se que o impacto econômico da devastação chegue a 190 bilhões de dólares, mais do que a soma dos custos dos furacões Katrina, em Nova Orleans, em 2005, e Sandy, em Nova York, em 2012.
Em termos humanitários, o Harvey provocou 38 mortes até a quinta-feira 31, uma cifra alta mas muito distante das 1 833 do Katrina. Ainda assim, produziu imagens igualmente estarrecedoras, como a das pacientes idosas do asilo La Vita Bella (“A Vida Bela”, em italiano), em Dickinson, submersas na água turva da enchente enquanto esperavam, impassíveis, pelo resgate. É difícil dizer se a ajuda foi lenta ou a água é que subiu muito rápido: no início do dia, era suficiente apenas para molhar os pés das moradoras reunidas na sala de estar.
A foto foi feita pela dona do asilo, Trudy Lampson, e postada nas redes sociais por seu genro. A aparente tranquilidade das senhoras se deve ao fato de que já estavam havia horas naquela situação deplorável, quase conformadas. No dia seguinte, todas elas foram fotografadas sãs, salvas e secas em um asilo a 16 quilômetros dali. O gato Bozo, essa mancha preta e branca no fundo da foto, está igualmente bem.