Testa e pontas dos dedos são as partes do corpo mais sensíveis à dor
Cientistas britânicos fizeram o primeiro mapa da dor humana
A testa e a ponta dos dedos das mãos são as regiões do corpo mais sensíveis à dor, de acordo com o primeiro mapa da dor humana feito por cientistas da University College London, na Inglaterra. O estudo, publicado nesta sexta-feira no periódico Annals of Neurology, mostra que há uma coincidência entre as regiões mais sensíveis ao toque e as mais doloridas.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Whole-body mapping of spatial acuity for pain and touch
Onde foi divulgada: periódico Annals of Neurology
Quem fez: Flavia Mancini, Armando Bauleo, Jonathan Cole, Fausta Lui, Carlo A. Porro, Patrick Haggard, Giandomenico Iannetti
Instituição: University College London, Inglaterra
Resultado: Os pesquisadores fizeram o primeiro mapa a identificar as regiões mais sensíveis à dor no corpo humano
“Tato e dor são processados por diferentes sistemas sensoriais. Mas, enquanto a acuidade tátil é bem estudada, a sensibilidade à dor tem sido ignorada. Quisemos medir com precisão como as pessoas conseguem localizar a dor nas diferentes partes do corpo”, diz o neurocientista Giandomenico Iannetti, um dos autores do estudo.
Leia também:
Dores crônicas podem ter origem no cérebro
Nove formas de afastar as dores nas costas
Para isso, os cientistas usaram um sistema de laser – sem o contato com a pele, a luz não estimula o tato, que poderia confundir as sensações. O laser foi apontado para diferentes partes do corpo de 26 adultos vendados, causando dor semelhante a alfinetadas, e eles identificaram a intensidade e o local da dor.
A sensibilidade está relacionada à quantidade de terminações nervosas espalhadas pelo organismo. Os pesquisadores descobriram que, enquanto a sensibilidade tátil aumenta nas extremidades do corpo, a habilidade de sentir dor aumenta em direção ao centro do corpo.
No entanto, as pontas dos dedos das mãos – que possuem uma quantidade menor de nervos, ao contrário da testa – mostraram-se extremamente sensíveis à dor. “A grande dor que sentimos nos dedos ainda precisa ser mais investigada. Talvez, como usamos muito essa parte do corpo, o sistema nervoso central aprendeu a processar a informação que ela manda ao cérebro de maneira muito precisa”, afirma Iannetti.
Tratamento de dores crônicas – Os cientistas afirmam que o mapa é uma ferramenta que pode ajudar os médicos a tratar dores crônicas. No Reino Unido, elas afetam cerca de 10 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, cerca de 100 milhões de pessoas sofrem de dores agudas, o que representa um custo de até 635 bilhões de dólares em tratamentos.