Terra está em perigo em quase todos os parâmetros ecológicos, diz estudo
Sete dos oito limites de segurança estabelecidos cientificamente já foram ultrapassados
O aquecimento global é uma questão que emergiu ao longo das últimas décadas e que, agora, já se aproxima do seu ponto de não retorno. De acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira, 31, na Nature, esse está longe de ser o único problema que deveria gerar preocupação – hoje, sete dos oito limites de segurança ambiental estabelecidos pela ciência já foram ultrapassados.
A pesquisa liderada pelo grupo científico internacional Earth Commission avaliou todos os parâmetros: clima, poluição do ar, contaminação das águas com resíduos de fertilizantes, reservas aquáticas subterrâneas, água doce superficial, ambientes naturais não construídos e meio ambiente.
Poluição do ar, embora tenha atingido níveis críticos em algumas regiões, é o único que ainda não ultrapassou os limites que colocam em risco o ecossistema global. Todos os outros parâmetros cruzaram as barreiras que definem o perigo como muito alto.
Os cientistas afirmam que isso não significa que tudo está perdido, mas alertam que a humanidade está indo na direção contrária da que garantiria a segurança da comunidade global. Se o planeta fizesse um check-up anual “nosso médico diria que a Terra está realmente muito doente, está doente em muitas áreas ou sistemas diferentes e que esta doença também está afetando as pessoas que vivem nela” afirmou a co-presidente da Earth Commission, Joyeeta Gupta.
A cura, sugerem os cientistas, envolve medidas que já são amplamente difundidas, como reduzir o uso de energias não renováveis e remediar sistemas aquáticos e terrestres.
Esse é o primeiro estudo que traz uma metodologia sólida para avaliar todos esses aspectos simultaneamente, mas essa não é a única novidade. Os pesquisadores ainda sugerem maneiras de aliar justiça e sustentabilidade, o que envolve sugerir novos parâmetros que garantam que grupos diferentes de pessoas – entre gerações, etnias ou nacionalidades, por exemplo – não sofram mais do que outros. Resta saber se todo esse esforço resultará em mudanças práticas que possibilitem uma vida mais saudável para todos.