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Superlua: de braços abertos para o firmamento

E então vimos cenas como a do Cristo emoldurado pelo círculo alaranjado

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 ago 2024, 15h07 - Publicado em 23 ago 2024, 06h00

É um espetáculo de rara beleza quando Terra e Lua ficam de rostinho colado em sua eterna dança cósmica. O ponto alto desse tango aconteceu na segunda-feira 19, exatamente às 15h26, no horário de Brasília. Do lado de baixo do Equador, onde estamos, os observadores tiveram de esperar o entardecer para melhor contemplar e registrar o fenômeno que os astrônomos chamam cientificamente de perigeu ou superlua. E então vimos cenas como a do Cristo emoldurado pelo círculo alaranjado. Funciona assim: a lua cheia de agosto surgiu acima do horizonte, a leste do pôr do sol, e se pôs no oeste pouco antes do amanhecer. Dos dias 18 a 20, bastava olhar para cima e ver um disco lunar grande e redondo. A distância média entre o nosso planeta e o satélite natural é de 384 400 quilômetros, mas a diferença varia ao longo do ano. Quanto mais próximos um do outro, as superluas aparecem 7% maiores e 16% mais brilhantes do que as comuns. O termo superlua foi cunhado pelo astrólogo Richard Nolle em 1979 para descrever a posição de nossa amiga em seu ponto mais próximo de nossa imensa rocha. Esta foi, aliás, a primeira de quatro consecutivas de 2024. Outras virão em setembro e outubro. Nenhuma, contudo, extraordinária e reluzente como a que acabamos de vislumbrar. Astrônomos profissionais e amadores aproveitaram a oportunidade para realizar diversas observações e estudos — e nós, em movimento de genuína epifania, largamos o smartphone (alguns pelo menos) e olhamos um pouquinho para o céu.

Publicado em VEJA de 23 de agosto de 2024, edição nº 2907

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