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Skylab brasileiro: fragmento de foguete da SpaceX deixa rastro de fogo ao cruzar o céu

Objeto luminoso visto em cinco estados brasileiros foi identificado como parte do Falcon 9, que reentrou na atmosfera após passar mais de uma década em órbita

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 Maio 2025, 16h20

Um clarão atravessou os céus do Brasil na noite desta quarta-feira (14) e chamou a atenção de moradores em ao menos cinco estados — Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso e o Distrito Federal. O fenômeno, inicialmente confundido com um meteoro, foi identificado por especialistas como a reentrada de um foguete Falcon 9, lançado pela SpaceX em 2014.

A análise foi feita pela Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON), que recebeu diversos vídeos e relatos do ocorrido. De acordo com a entidade, o objeto percorreu cerca de 1.500 km entre 18h24 e 18h28, com velocidade estimada entre 6 e 7 km por segundo — um padrão compatível com lixo espacial em reentrada, e não com meteoros, que costumam ser mais velozes e não se fragmentam da mesma forma.

O episódio pode ser comparado ao caso emblemático do Skylab, a primeira estação espacial norte-americana, que desintegrou parcialmente ao reentrar na atmosfera em 1979. Assim como agora, a queda de destroços no céu gerou apreensão e mobilizou esforços para rastrear o objeto — mas, como ocorre na grande maioria dos casos, não representou risco à população.

O fragmento em questão é o segundo estágio do Falcon 9 com identificação NORAD 40108, responsável pelo lançamento do satélite de comunicação AsiaSat 8 em 5 de agosto de 2014. Desde então, o componente estava em órbita como lixo espacial, até que sua trajetória começou a decair, levando ao retorno à atmosfera observado nesta semana.

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Vídeos feitos por moradores mostram um rastro de fogo cruzando o céu, seguido por relatos de barulho em algumas regiões, como em Jequitinhonha (MG). Segundo a BRAMON, a previsão de reentrada do objeto já existia, embora com certa margem de erro, o que dificultou a identificação imediata.

A Agência Espacial Brasileira (AEB) informou que está acompanhando o caso, mas, até o momento, não há confirmação de que destroços tenham atingido o solo. A expectativa é que eventuais fragmentos tenham caído no oceano.

 

Reentradas se tornam mais comuns

O caso reacende o alerta sobre o crescimento do lixo espacial, formado por satélites desativados, partes de foguetes e outros resíduos tecnológicos que permanecem em órbita. Segundo a BRAMON, o número crescente de lançamentos tem tornado reentradas como essa cada vez mais frequentes.

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Somente a constelação Starlink, também da SpaceX, já possui mais de 7.500 satélites em operação. A tendência, segundo especialistas, é de aumento no volume de detritos espaciais retornando à Terra nos próximos anos, com potencial impacto ambiental e riscos operacionais para outras missões.

Apesar do espetáculo visual e do susto causado, os especialistas afirmam que esses eventos são monitorados e, na maioria dos casos, não representam perigo à população. O atrito com a atmosfera costuma queimar grande parte dos objetos antes que toquem o solo.

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