Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Rússia desiste da Nasa e assina acordo com a China para lançar base na Lua

Aliança inédita entre chineses e russos será concorrente do projeto americano estatal-privado de exploração e mineração do satélite natural da Terra

Por Sergio Figueiredo Atualizado em 10 mar 2021, 11h30 - Publicado em 10 mar 2021, 11h21

China e Rússia chegaram ontem, dia 9, a um acordo inédito para construir e operar uma base na Lua. Ela poderá ser orbital, fixada na superfície ou − o mais provável − ter as duas configurações. As agências espaciais dos dois países também anunciaram que estão abertas a receber nações parceiras. A França, inclusive, já estaria sendo convidada a participar. O documento foi assinado virtualmente pelos diretores dos programas espaciais dos respectivos países, Zhang Kejian e Dmitry Rogozin, e tem dois significados históricos: lança um concorrente de peso para a Nasa nas viagens futuras ao satélite natural da Terra e praticamente encerra uma cooperação de duas décadas entre russos e americanos no espaço.

Apesar das diferenças ideológicas e divergências políticas, Estados Unidos e Rússia foram parceiros no setor. As respectivas agências espaciais de cada país, Nasa e Roscosmos, trabalharam juntas no lançamento, manutenção e utilização da Estação Espacial Internacional. Quando os voos do programa Space Shuttle (popularmente conhecido como “ônibus espacial”) foram cancelados pela Nasa, os russos é que ficaram encarregados de transportar mantimentos, equipamentos e astronautas para a estação. Mas tudo isso foi antes da SpaceX, da suspeita de espionagem de satélites americanos por dispositivos russos e, principalmente, da ascensão meteórica da China.

Em 2011, já antecipando o que se tornaria o programa espacial chinês − hoje capaz de colocar sondas no lado mais distante da Lua, trazer rochas de lá e enviar naves não-tripuladas a Marte −, o congresso americano aprovou uma lei que proibiu qualquer aliança aeroespacial da Nasa com a China. Por outro lado, a parceria entre Estados Unidos e Rússia começou a se desintegrar por causa dos crescentes atritos políticos, desconfiança mútua e a entrada definitiva da SpaceX no transporte de carga e astronautas ao espaço, o que praticamente dispensou os serviços da base russa de lançamento de foguetes no Cazaquistão.

O relacionamento azedou de vez quando os americanos puseram os russos de lado no programa Ártemis, que pretende levar humanos de volta à Lua até 2024, e no desenvolvimento da plataforma lunar orbital Gateway. Além disso, Estados Unidos e Rússia não chegaram a um acordo quanto às regras de mineração do satélite natural da Terra e, até onde se sabe, os russos nem foram convidados a sentar à mesa para negociar. O acordo entre as duas potências espaciais concorrentes da Nasa marca o fim de um ciclo na corrida espacial do século XXI e o início de outro, que deve deixar a disputa tecnológica entre China e Estados Unidos ainda mais acirrada.

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.