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Região da costa brasileira pode abrigar continente submerso

Pesquisadores brasileiros e japoneses encontram evidências de que a Elevação do Rio Grande, no Oceano Atlântico, um dia fez parte de um continente

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h20 - Publicado em 6 Maio 2013, 20h58

Uma expedição inédita ao fundo do Atlântico Sul descobriu rochas continentais em meio a uma montanha submersa conhecida como Elevação do Rio Grande, localizada a 1.500 quilômetros do litoral do sudeste brasileiro. Segundo os pesquisadores, isso abre a possibilidade de a região abrigar, na verdade, um continente submerso. A expedição foi realizada a partir de uma parceria entre a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) do Brasil e a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar.

Os pesquisadores utilizaram um submarino para descer 4.200 metros e recolher as amostras de rocha. “A Elevação do Rio Grande sempre foi considerada uma montanha submersa de origem vulcânica, semelhante às que há em frente à costa da África, mas vimos agora que suas rochas são continentais”, afirmou Roberto Ventura, presidente da CPRM.

Segundo os geólogos, a Elevação do Rio Grande poderia ser uma massa de terra que afundou durante a separação da Pangeia, o supercontinente que existiu no final da era Paleozoica e cuja divisão formou os continentes hoje conhecidos. “É como se um continente tivesse afundado na época em que a América do Sul se separou da África”, disse Ventura.

Saiba mais

PANGEIA

Pangeia foi um supercontinente que existiu na Terra entre 200 milhões e 300 milhões de anos atrás. Ao longo de milhões de anos, ele foi se dividindo até formar os continentes tais quais os conhecemos hoje.

Exploração submarina – As sete viagens ao Atlântico Sul realizadas a bordo do minissubmarino japonês Shinkai 6.500 – um dos poucos no mundo capaz de descer a até 6.500 metros de profundidade e equipado com braços mecânicos e câmeras de alta resolução – permitiram observar pela primeira vez as costas da Elevação do Rio Grande.

Trata-se do mais importante complexo de montanhas submersas em todo o Atlântico Sul, com alturas que chegam a 3.200 metros a partir do leito do oceano. Localizada em águas internacionais, a elevação separa a margem continental brasileira das grandes profundidades oceânicas.

Roberto Ventura anunciou que a CPRM lançará ainda este ano uma licitação para selecionar uma empresa de perfuração que possa coletar mais amostras de rochas e confirmar a possível origem continental da região, assim como o seu potencial mineral.

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Projeto japonês – A montanha submersa foi inspecionada como parte da expedição Iata-Piuna, realizada a bordo do navio de pesquisa oceanográfica japonês Yokosuka, que reúne cientistas do Brasil e Japão. Seu objetivo é explorar a margem continental brasileira e a parte adjacente do oceano, incluindo a Elevação do Rio Grande e o Dorsal de São Paulo.

A expedição faz parte de um projeto ainda maior, batizado de Busca pelos Limites da Vida, com o qual a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar se propõe a explorar em 2013 parte dos ambientes mais profundos de todo o mundo, principalmente no hemisfério sul. A embarcação japonesa já passou pela zona central do Oceano Índico e, após sua expedição pelo Atlântico Sul, se dirigirá ao Mar do Caribe e ao Oceano Pacífico na região de Tonga.

Na viagem pelo Atlântico, que começou em 13 de abril e se estenderá até 27 de maio, foram convidados quatro cientistas brasileiros, assim como um geólogo da CPRM e outro da Petrobras.

(Com agência EFE)

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