Raro sepultamento com gesso é encontrado em cemitério da Era Romana
O túmulo central, com um caixão de pedra, pode ter abrigado um membro da elite da época
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22 jan 2025, 10h39
Arqueólogos na Inglaterra fizeram uma descoberta curiosa: um cemitério da era romana contendo um sepultamento no centro. No interior desta vala uma singularidade: um caixão de pedra abrigando um corpo envolto em gesso líquido. O gesso era usado para criar um molde rígido ao redor do corpo, muitas vezes preservando restos orgânicos, como roupas ou mortalhas. No caso dessa descoberta, o gesso fragmentário revelou impressões de uma mortalha e preservou um pequeno pedaço de tecido.
Embora sepultamentos com gesso sejam relativamente comuns em centros urbanos remanescentes do Império Romano — como York, onde 45 exemplos foram documentados — eles são raros em áreas rurais, como o local dessa escavação em Cambridgeshire, Reino Unido.”Acreditamos que isso teria sido um esforço caro e, portanto, é indicativo de um indivíduo de alto status”, disse Jessica Lowther, arqueóloga comunitária da Headland Archaeology, a empresa que fez a escavação, ao portal científico Live Science.
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O gesso, artisticamente esculpido, foi extraído de uma pedreira localizada a cerca de 50 quilômetros do local, o que sugere um custo elevado para sua aquisição e transporte. A posição central do túmulo no cemitério também reforça a hipótese de que a pessoa ali enterrada pertencia à elite ou a uma família proeminente. Embora nenhum objeto funerário tenha sido encontrado no caixão, um recipiente de vidro descoberto nas proximidades pode ter sido utilizado para uma libação em homenagem ao falecido.
O que mais havia no cemitério?
A necrópole foi descoberta durante obras de ampliação de uma rodovia e data do período romano na Grã-Bretanha (42 a 410 d.C.). Localizado ao longo de uma antiga estrada romana, o local revelou 14 sepulturas em torno do sepultamento central e outras sete, além de uma vala que delimitava o espaço.
Curiosamente, o espaço apresenta uma diversidade de tipos de sepultamento incomum para um lugar tão pequeno. Foram identificados enterros em cistas — revestidos com pedras —, cremações, sepultamentos de indivíduos decapitados, túmulos com pregos de ferro, indicando a presença de caixões de madeira, e até mesmo uma sepultura vazia.
Alguns enterros, tanto dentro quanto fora da vala de limite, continham bens funerários valiosos, como joias. Um deles, ao sudoeste do sepultamento de gesso, abrigava uma mulher entre 16 e 20 anos, cuja sepultura incluía uma grande quantidade de itens junto aos pés. Entre os objetos, havia brincos de prata, nove pulseiras de liga de cobre, três anéis do mesmo material e uma faixa de prata com uma placa oval, identificada como parte de um anel de sinete. Segundo Lowther, essa configuração pode indicar que os objetos eram parte de um dote.
Outro sepultamento notável, localizado fora da vala, pertencia a uma criança e continha 10 pulseiras de liga de cobre, quatro de osso, um pente também de osso e brincos de prata semelhantes aos encontrados com a jovem. No entanto, Lowther pondera que a semelhança pode estar ligada ao estilo de um artesão local, e não à relação entre os indivíduos.
Os especialistas planejam estudar os restos mortais para compreender melhor a duração do uso do cemitério e seu contexto na paisagem ao redor, além de investigar as histórias individuais das pessoas ali enterradas.
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