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Quer saber se um animal é caça ou caçador? Olhe para sua pupila

A pupila horizontal de bois, por exemplo, revela que eles estão mais para presa do que para predadores, de acordo com estudo da 'Science Advances'

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h02 - Publicado em 10 ago 2015, 13h46

O senso comum costuma dizer que os olhos são a janela da alma – e a ciência descobriu que entre as informações íntimas que eles revelam está se o animal nasceu para ser caça ou caçador. De acordo com uma análise publicada no periódico Science Advances na última sexta-feira (7), é mais provável que pupilas alongadas e verticais, como a de gatos ou cobras, pertençam a predadores. Pupilas horizontais, como a de cavalos ou vacas, revelam animais destinados a ser presa. Já as circulares, como a humana, de cães ou leões, revelam caçadores capazes de apanhar animais afastados do chão, em árvores ou nos céus.

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A função principal da pupila é regular a entrada de luz – quando é excessiva, ela diminui e, quando a iluminação é reduzida, ela se expande. Além disso, é responsável pelo foco e precisão das imagens. Para descobrir por que os olhos de alguns animais se retraem verticalmente e outros horizontalmente, os cientistas da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos e da Universidade Durham, na Inglaterra, analisaram as pupilas de 214 vertebrados terrestres, domésticos e selvagens. A hipótese é de que poderia haver alguma relação entre as pupilas dos animais e seu lugar na cadeia alimentar, pois os olhos são fundamentais na caça e também na fuga.

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Caça ou caçador – Os modelos de computador revelaram alguns padrões diferentes entre predadores e presas. Pupilas horizontais, alinhadas com o solo, recebem mais luz vinda da frente e dos lados. Assim, esses animais conseguem ver precisamente a linha do horizonte, de onde virá o possível predador e para onde a fuga será possível. Eles também costumam ter os olhos nos lados da cabeça, o que oferece um amplo ângulo de visão. Essas características revelam os animais que costumam ser presa de outros.

“A primeira necessidade desses animais é detectar predadores. Por isso, desenvolveram uma visão panorâmica com poucos pontos cegos”, explica Martin Banks, professor de óptica da Universidade de Berkeley e um dos autores do estudo.

Já os predadores, com suas pupilas verticais, conseguem ver com muita precisão linhas e bordas, borrando o que está ao redor. As pupilas desses animais se dilatam com muita facilidade (os olhos de um gato podem aumentar até dez vezes mais que de um humano), aproveitando o melhor da iluminação para caçadas noturnas ou durante o dia. É o caso das cobras e dos gatos domésticos, que se alimentam de animais que vivem rente ao chão.

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Espécies maiores, como leões, tigres e, também, humanos, têm as pupilas circulares, que permitem estimar distâncias com exatidão e ter uma visão panorâmica do entorno, pois caçam animais que saltam ou voam.

Os pesquisadores pretendem, no futuro, analisar espécies aéreas e aquáticas, que têm os olhos mais “esquisitos” do reino animal. Além de ajudar na construção de futuros sistemas ópticos, como câmeras fotográficas ou telescópios, o estudo pode ajudar a compreender os detalhes da visão animal. “Estamos aprendendo o tempo todo o quanto os olhos são incríveis. Esse trabalho é um peça para a compreensão desse quebra-cabeça”, diz Banks.

(Da redação)

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