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Quem é a primeira mulher negra em missão de longa duração na ISS

Jessica Watkins, de 33 anos, ficará na Estação Espacial Internacional durante seis meses para conduzir experimentos científicos

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 abr 2022, 16h35 - Publicado em 28 abr 2022, 12h07

A geóloga americana Jessica Watkins, de 33 anos, fez história esta semana ao se tornar a primeira mulher negra em uma missão de longa duração na Estação Espacial Internacional (ISS). Na madrugada de quarta-feira, ela foi lançada ao firmamento do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, a bordo da cápsula Dragon, com os americanos Kjell Lindgren e Bob Hines, além da italiana Samantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia, como parte da missão Crew-4, da Nasa. A tripulação realizará uma missão científica de seis meses a bordo do laboratório de microgravidade.

Watkins foi selecionada em 2017 após trabalhar como estagiária no Centro de Pesquisa Ames, no Vale do Silício, e no Laboratório de Propulsão a Jato, no sul da Califórnia. “Isso realmente abriu as portas para mim e me permitiu ter experiências diferentes que me ajudaram a me apontar para onde eu queria ir na minha carreira”, contou ela em um podcast da agência espacial, Houston We Have a Podcast. Com um estudo de pós-graduação sobre deslizamentos de terra em Marte, também foi um colaboradora da equipe científica da missão do rover Curiosity no planeta vermelho.

A história da participação dos negros em missões espaciais é muito recente. Começa em 1983, quando Guion Stewart Bluford Jr tornou-se o primeiro negro americano a se aventurar no espaço. Em 1994, foi a vez de Mae Jemison fazer a viagem, tonando-se a primeira mulher negra a alcançar o firmamento. No ano passado, Sian Proctor se tornou a primeira mulher negra a pilotar uma espaçonave como parte da missão civil Inspiration 4, da SpaceX. Antes de Watkins, Jennette Epps foi escalada para uma estadia na ISS em 2018, mas a missão foi adiada. Este ano, ela deverá ter outra oportunidade para voar na cápsula Starliner, da Boeing.

Das cerca de 250 pessoas que embarcaram na ISS, menos de dez eram negras. Com Watkins e outros astronautas negros, a diversidade começa a criar um legado no campo da exploração espacial. Permitir que crianças negras possam se identificar com personagens proeminentes em áreas diversas e despertem nela curiosidade e desejo de ocupar seus lugares é parte disso. “Acho que estamos vendo um futuro emocionante à nossa frente também. Então, é emocionante fazer parte disso”, disse ela, em depoimento ao podcast da Nasa.

Segundo a Nasa, os astronautas da Crew-4 passarão vários meses a bordo da estação espacial realizando novas pesquisas científicas. Os experimentos giram em torno da ciência física, ciência dos materiais, dinâmica de fluidos, biologia, além de demonstrações de tecnologia. Também serão estudados os efeitos cognitivos de voos espaciais de longa distância e longa duração.

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