Presença de hominídeos no norte da África é mais antiga do que se pensava
Fragmentos de ossos de animais e rochas indicam a existência de nossos ancestrais na região quase 1 milhão de anos antes do que se calculava
A revista científica Science publicou um artigo que pode alterar a forma como os cientistas enxergam a presença de hominídeos na África. O estudo, liderado pelo Centro Nacional de Investigação sobre a Evolução Humana (CNIEH), da Espanha, revelou a descoberta de ferramentas de pedra e ossos de animais na Argélia que sugerem a existência desses seres no continente africano muito antes do que os arqueólogos pensavam.
Os novos dados indicam ou uma dispersão dessas ferramentas da África Oriental para outras regiões do continente ou o surgimento da manufatura desses itens em múltiplos locais em um período parecido. Essa região da África é considerada o berço do uso de itens de pedra, muito usados por nossos ancestrais hominídeos. Os exemplos mais antigos dessas peças dos quais temos conhecimento vêm de 2,6 milhões de anos atrás.
Exemplares dessas ferramentas já haviam sido encontrados também no norte do território continente, e sua idade foi estimada em 1,8 milhões de anos. Até recentemente, eles eram considerados os materiais arqueológicos mais antigos da região.
No entanto, a nova pesquisa liderada pelo CNIEH apontou para novas evidências (especificamente artefatos de pedra e ossos de animais) que são quase meio milhão de anos mais velhos do que as peças que se conhecia anteriormente. Os itens foram encontrados na porção leste da Argélia, ao norte do território, e aparentam ser de 1,9 a 2,4 milhões de anos atrás.
De acordo com os autores do estudo, a nova descoberta torna o local em que as ferramentas foram encontradas o lugar mais antigo do norte da África a apresentar provas do uso de ferramentas por parte dos hominídeos.