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Pesquisadores descobrem o real objetivo da mumificação no Antigo Egito

Nova exposição na Inglaterra aponta que hipótese de que o processo seria apenas para a preservação do corpo como ele era em vida está errada

Por Marilia Monitchele
15 nov 2022, 10h14

Por anos, pesquisadores acreditaram que o processo de mumificação adotado no Egito Antigo tratava-se de uma maneira eficaz de preservar o corpo dos mortos. Segundo egiptólogos vitorianos, o objetivo da elaborada alquimia era fazer com que sua aparência fosse mantida por milênios. Mas novas evidências sugerem que essa concepção está incorreta e que o objetivo original era preparar os corpos para que eles fossem aceitos pelas divindades.

“A ideia que herdamos dos vitorianos, de que tudo era feito para manter um cadáver como era em vida, não está certa”, afirma o egiptólogo Campbell Price, em entrevista ao jornal inglês The Guardian. “É uma tese falha, e agora acreditamos que o processo pretendia orientar os mortos para a divindade.”

A exposição Golden Mummies of Egypt, que será inaugurada no dia 18 de fevereiro de 2023 no Manchester Museum, na Inglaterra, oferece evidências dessa nova hipótese. De acordo com a interpretação de Campbell Price, em uma sociedade como a egípcia antiga, sem espelhos ou fotografias, o culto a aparência e o desejo de permanecer em morte exatamente como era em vida fazem menos sentido do que o desejo de se perpetuar como ser divino no mundo dos mortos.

A nova hipótese integra um movimento crescente de afastamento das visões e teses coloniais dos antigos egiptólogos vitorianos, que encontram apoio na sociedade atual por conta do interesse na aparência pessoal. “Quando uma pessoa olha para o rosto de uma múmia e diz ‘nossa, eles se pareciam conosco’, é apenas uma ilusão”, afirma Price.

É por isso que Price, membro da Egypt Exploration Society, fundada em 1882, mas que atualmente oferece algumas das mais atualizadas interpretações sobre o Antigo Egito, não quis exibir nenhum rosto de múmia escaneado com tecnologia. “Todo o escaneamento mais recente remonta ao arqueólogo eduardiano Flinders Petrie, que estava interessado em medir os crânios dentro das múmias para ver se eles correspondiam às ideias britânicas sobre o que um ser humano deveria ser. É um histórico bastante sinistro da egiptologia do qual estamos nos afastando”, conclui.

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