O robô Perseverance, da Nasa, fez descobertas importantes nos últimos anos. Amostras de rocha da cratera Jezero, onde se suspeita que há bilhões de anos havia um grande lago, mostram uma geologia muito particular, indicando que possa ter abrigado vida microbiana.
Os cientistas esperavam encontrar rochas sedimentares, que teriam se formado quando areia e lama se estabeleceram em um ambiente aquoso. Em vez disso, eles descobriram que o piso era feito de dois tipos de rochas ígneas – uma que se formou no subsolo a partir de magma, a outra de atividade vulcânica na superfície.
As amostras indicaram que a rocha de quatro locais dentro da cratera é formada pelo resfriamento de material fundido, lava. As rochas também apresentavam evidências de alteração pela exposição à água, outro sinal de que o frio e árido Marte há muito tempo era quente e úmido.
Rochas ígneas são excelentes cronometristas: cristais dentro delas registram detalhes sobre o momento preciso em que se formaram. “Um grande valor das rochas ígneas que coletamos é que elas nos contam quando o lago estava presente em Jezero”, declarou Ken Farley, cientista do projeto Perseverance. “Sabemos que estava lá mais recentemente do que as rochas do fundo da cratera ígnea se formaram.”
As descobertas são descritas em quatro novos artigos publicados na quinta-feira, 25, na revista Science e na Science Advances. O projeto prevê trazer as rochas de volta à Terra para serem estudadas por equipamentos de laboratório poderosos e grandes demais para serem deslocados em viagens espaciais.