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Os alquimistas chegaram: como cientistas conseguiram transformar chumbo em ouro

Em frações de segundo, átomos mudaram de forma e viraram ouro em laboratório — uma façanha científica que parecia impossível

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 Maio 2025, 17h30

Uma equipe internacional de físicos conseguiu transformar chumbo em ouro no Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, localizado na Suíça. A façanha lembra o antigo sonho dos alquimistas medievais, mas foi realizada por meios científicos e em escala subatômica, por menos de um milionésimo de segundo.

O processo ocorreu durante colisões entre núcleos de chumbo acelerados a 99,999993% da velocidade da luz. Em vez de se chocarem diretamente, os núcleos passaram muito próximos uns dos outros. Esse “quase encontro” gerou um campo eletromagnético intenso, capaz de desencadear uma reação incomum: ao perder três prótons, o átomo de chumbo se transformou temporariamente em ouro.

Quanto ouro foi produzido?

A quantidade criada foi minúscula: cerca de 86 bilhões de núcleos de ouro em três anos de experimentos (entre 2015 e 2018), o que equivale a 29 trilionésimos de grama — uma quantidade invisível a olho nu e extremamente instável. Essas partículas duraram em média um microssegundo antes de se desintegrarem ao colidir com as paredes do equipamento ou se transformarem em outros elementos.

A medição foi feita por meio do detector ALICE, que monitora colisões dentro do LHC com precisão extrema. Essa foi a primeira vez que o fenômeno foi identificado e analisado de forma sistemática nesse nível de energia.

Para que serve transformar chumbo em ouro?

Apesar de parecer um feito digno de alquimia, o objetivo não era produzir ouro, mas entender melhor os processos de transmutação nuclear induzida por campos eletromagnéticos — uma área fundamental para o aprimoramento de aceleradores de partículas.

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Esses dados ajudam os cientistas a melhorar o controle dos feixes dentro do LHC, prever perdas de energia e testar modelos teóricos sobre a estrutura da matéria. Ou seja, mais do que criar riqueza, o experimento busca desvendar os mecanismos mais profundos da física.

Além do ouro, os pesquisadores também observaram a criação de outros elementos, como tálio e mercúrio, a partir da mesma técnica. Cada um desses processos oferece pistas valiosas sobre como partículas interagem em condições extremas.

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