ONU: povos indígenas são os melhores guardiões das florestas
Relatório que compila décadas de estudo comprova valor inestimável dos indígenas para a manutenção de florestas na América Latina e no Caribe
Um novo levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe, denominado Governança Florestal por Povos Indígenas e Tribais, revelou a importância da presença de povos indígenas para a proteção do meio ambiente. De acordo com o relatório, as taxas de desmatamento na América Latina e no Caribe são significativamente menores em territórios indígenas.
A pesquisa se baseou na revisão de mais de 300 estudos publicados nos últimos vinte anos. Como resultado, foi comprovado que os povos indígenas têm sido os melhores guardiões de suas florestas.
Os territórios indígenas contém aproximadamente um terço de todo o carbono armazenado nas florestas latinoamericanas e caribenhas e 14% do carbono armazenado em florestas de todo o mundo. Assim, a importância de sua ação é mais do que representativa.
Os melhores resultados foram encontrados nos territórios indígenas com títulos legais coletivos reconhecidos sobre suas terras. Por exemplo: entre 2000 e 2012, as taxas de desmatamento nas áreas desse tipo na Amazônia boliviana, brasileira e colombiana foram entre 50% e 67% mais baixas do que aquelas registradas em outras regiões com características semelhantes.
Ainda de acordo com o relatório, territórios coletivos titulados evitaram entre 42,8 e 59,7 milhões de toneladas métricas de emissões de CO2 a cada ano — o equivalente a tirar de circulação entre 9 e 12,6 milhões de veículos por um ano.
A pesquisa traz também recomendações para governos e entidades filantrópicas com estratégias eficazes para reduzir o risco global de crise climática e um panorama das crescentes ameaças e desafios que têm sido impostos aos povos indígenas.