Novo exoplaneta faz cientistas repensarem teorias de formação de planetas
Estudo revelou a descoberta de um corpo muito grande orbitando uma estrela pequena. Evento raríssimo, e difícil de ser explicado
Em artigo publicado na quinta-feira 26 no periódico científico Science, cientistas anunciaram a descoberta de um exoplaneta que pode mudar a forma como a ciência explica a formação desses corpos. “Exoplaneta” é o termo utilizado para se referir a planetas que orbitam estrelas que não sejam o Sol.
Trata-se de GJ 5312b, um gigante de gás parecido com Júpiter (o maior de nosso Sistema Solar) e com cerca de metade de sua massa. De acordo com as observações dos pesquisadores, o planeta está orbitando uma pequena estrela anã vermelha – o tipo mais comum encontrado na Via Láctea.
O que intrigou os cientistas é o fato de que o planeta é muito maior do que a estrela que ele orbita, a qual possui uma massa correspondente a 10% da do nosso Sol. Tendo como base as atuais teorias que explicam a formação de planetas, fica muito difícil esclarecer a existência de um sistema com um corpo enorme, mas uma estrela minúscula.
O caso é raro: somente cerca de um décimo dos 4.000 exoplanetas conhecidos pela ciência orbitam astros pequenos, como aquele situado perto do GJ 5312b. De acordo com os astrônomos, pode ter chegado a hora, portanto, de se rever o que se sabe sobre a geração de planetas.