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Novas observações mudam perspectiva sobre arranjo das galáxias

Estrutura em barra estável de 2,6 bilhões de anos contraria expectativa de instabilidade e destruição do fenômeno

Por Natalia Tiemi Hanada Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 Maio 2025, 12h00

Uma galáxia espiral-barrada tem “braços” que não chegam até o centro, mas estão conectados às duas extremidades de uma barra reta de estrelas que contém o núcleo em seu centro, segundo a Nasa. A Via Láctea é um exemplo desse tipo de formação cósmica que os cientistas consideram mais instável do que uma galáxia normal. No entanto, um artigo publicado na revista Nature nesta quarta, 21, revela a existência de uma estrutura de barra estável há mais de 11,1 bilhões de anos que colide com as expectativas pré-existentes.

Galáxia Espiral Barrada Barred Spiral Galaxy NGC 1300
Galáxia Espiral Barrada Barred Spiral Galaxy NGC 1300 (NASA, ESA, and The Hubble Heritage Team (STScI/AURA); Acknowledgment: P. Knezek (WIYN)/Divulgação)

A formação de uma estrutura de uma galáxia é demorada e pode levar bilhões de anos para chegar na espiral. Porém, novas observações do Observatório ALMA no deserto do Atacama, no Chile, e o telescópio espacial James Webb indicam que algumas galáxias levaram menos de meio bilhão de anos para atingir tal ponto.

Os pesquisadores observaram a galáxia J0107a, do tipo espiral-barrada, e o líder da pesquisa, Shuo Huang, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, e seus colegas detectaram emissões de monóxido de carbono e carbono atômico que datam de 2,6 bilhões de anos depois do Big Bang, há 13,7 bilhões de anos atrás. O pouco tempo de formação, em nível cósmico, é mais surpreendente com a presença de uma estrutura de barra que adiciona um nível de complexidade a mais e, por consequência, mais tempo para a constituição de uma galáxia espiral-barrada.

Segundo os pesquisadores, a barra atrai mais gás para o centro da galáxia e cria reservatórios de gás que contribuem para a formação de estrelas, por isso são importantes para o rearranjo de novas galáxias no universo. As observações também apontam que esse processo ocorre 10–100 vezes mais rápido na J0107a do que na Via Láctea, que em teoria aumenta sua instabilidade e pode levar a sua destruição, um contraste com a longa idade da galáxia.

Apesar de se basearem em somente um exemplo, as observações fornecem uma nova perspectiva sobre a reorganização cósmica de novas galáxias há mais tempo do que se imaginava. Deanne Fisher, professora de Astrofísica da Universidade de Swinburne, na Austrália, não associada a pesquisa, sintetiza na revista: “Essa descoberta abre a possibilidade de que a evolução galáctica impulsionada por barras tenha ocorrido muito mais cedo na história do Universo do que se pensava.”

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