Nova imagem da Via Láctea mostra mais de 3 bilhões de estrelas
Coleção de dados foi capturada pela Câmera de Energia Escura, do telescópio Víctor M. Blanco, parte do Observatório Interamericano Cerro Tololo, no Chile
![This image, which is brimming with stars and dark dust clouds, is a small extract — a mere pinprick — of the full Dark Energy Camera Plane Survey (DECaPS2) of the Milky Way. The new dataset contains a staggering 3.32 billion celestial objects — arguably the largest such catalog so far. The data for this unprecedented survey were taken with the US Department of Energy-fabricated Dark Energy Camera at the NSF’s Cerro Tololo Inter-American Observatory in Chile, a Program of NOIRLab.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/01/Low-Res_noirlab2301c.jpg-e1674165763311.jpg?quality=90&strip=info&w=700&h=525&crop=1)
Endereço do Sistema Solar, a Via Láctea contém centenas de bilhões de estrelas, regiões cintilantes de formação estelar e enormes nuvens escuras de poeira e gás. Catalogar esses objetos é uma tarefa trabalhosa e longa, mas o segundo conjunto de dados da Pesquisa com Câmera de Energia Escura (DECaPS2) revelou recentemente um número impressionante desses corpos celestes em detalhes nunca antes vistos. A pesquisa, que levou dois anos para ser concluída, identificou mais de 3 bilhões deles – o maior catálogo de dados astronômicos compilado até hoje. Astrônomos e o público podem explorar o mapa compilado neste link.
Essa coleção foi capturada pela Câmera de Energia Escura (DECam), do telescópio Víctor M. Blanco, parte do Observatório Interamericano Cerro Tololo (CTIO), no Chile, a uma altitude de 2.200 metros. De acordo com os pesquisadores, o ponto de vista do CTIO dá aos astrônomos uma visão única do hemisfério celestial sul. O primeiro conjunto de dados foi divulgado em 2017 e, com o novo lançamento, a pesquisa agora cobre 6,5% do céu noturno.
A maioria das estrelas e poeira na Via Láctea está localizada em seu disco, no qual se encontram os braços espirais. Embora essa profusão produza belas imagens, também torna o plano galáctico desafiador de se observar. Os tentáculos escuros de poeira absorvem a luz das estrelas mais brilhantes e apagam completamente as estrelas mais fracas, e a luz das nebulosas difusas interfere em qualquer tentativa de medir o brilho de objetos individuais. Outro desafio surge do grande número de estrelas, que podem se sobrepor na imagem.
![Gargantuan Astronomical Data Tapestry of the Milky Way Astronomers have released a gargantuan survey of the galactic plane of the Milky Way. The new dataset contains a staggering 3.32 billion celestial objects — arguably the largest such catalog so far. The data for this unprecedented survey were taken with the US Department of Energy-fabricated Dark Energy Camera at the NSF’s Cerro Tololo Inter-American Observatory in Chile, a Program of NOIRLab. For reference, a low-resolution image of the DECaPS2 data is overlaid on an image showing the full sky. The callout box is a full-resolution view of a small portion of the DECaPS2 data.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/01/Low-Res_noirlab2301b.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
Apesar dos desafios, os astrônomos foram capazes de espiar através de grande parte da poeira que absorve a luz usando equipamentos de infravermelho. Os pesquisadores também usaram uma abordagem inovadora de processamento de dados, que lhes permitiu prever melhor o fundo por trás de cada estrela. Isso ajudou a mitigar os efeitos de nebulosas e campos estelares em imagens astronômicas tão grandes, garantindo que o catálogo final de dados processados fosse mais preciso.
“Uma das principais razões para o sucesso do DECaPS2 é que simplesmente apontamos para uma região com uma densidade extraordinariamente alta de estrelas e tivemos o cuidado de identificar fontes (de luz) que aparecem quase umas sobre as outras”, disse Andrew Saydjari, aluno de pós-graduação da Universidade Harvard e principal autor do artigo. “Fazer isso nos permitiu produzir o maior catálogo de todos os tempos a partir de uma única câmera, em termos do número de objetos observados.”
A DECam foi originalmente construída para realizar a Pesquisa com Câmera de Energia Escura conduzida pelo Departamento de Energia e pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA entre 2013 e 2019.