No Marrocos, cientistas descobrem fóssil com dentes tipo ‘chave Philips’
Pesquisadores encontraram que restos são de uma espécie rara de mosassauro, que amplia a diversidade desses répteis
Cientistas descobriram uma nova espécie de mosassauro, uma tipo de lagarto marinho da era dos dinossauros. O réptil apresenta uma curiosa característica, seus dentes são pontiagudos e ondulados, semelhantes à ponta de uma chave Philips, o que o torna diferente de qualquer outro réptil conhecido. Essa, e outras descobertas feitas no continente africano, sugere que os mosassauros e outras espécies marinhas evoluíram rapidamente há 66 milhões de anos, quando foram exterminados por um asteroide junto com os dinossauros e cerca de 90% da biodiversidade da Terra.
A espécie, que foi nomeada de Stelladens mysterious, viveu no Marrocos durante o Cretáceo e tinha cerca de duas vezes o tamanho de um golfinho. Sua arcada dentária única o torna diferente de qualquer espécie já vista. A maioria dos mosassauros tinha duas cristas serrilhadas na frente e atrás do dente, para auxiliar no corte da presa, mas o Stelladens tem de quatro a seis lâminas descendo pela gengiva.
Essa formação dentária única sugere um tipo de alimentação altamente especializada, mas ainda não está claro que alimentação seria essa. Por seu aspecto único, a espécie não pode ser comparada a nenhum semelhante vivo ou registro fóssil. Os paleontólogos envolvidos na descoberta teorizam que o réptil pode ter encontrado uma forma única de se alimentar ou preencheu um nicho ecológico que já não existe mais. Os dentes são pequenos, mas robustos, com desgastes nas pontas, o que indica que suas refeições eram compostas por seres pequenos e levemente resistentes, como crustáceos ou peixes ósseos, mas ainda é difícil confirmar essa informação.
Os mosassauros são uma espécie de primos dos dinossauros. Eles viveram juntos, mas não são a mesma coisa. Mosassauros eram mais como lagartos gigantes, parentes dos dragões de Komodo, cobras e iguanas, que tinham uma vida marinha. Eles evoluíram há cerca de 100 milhões de anos e se diversificaram até 66 milhões de anos atrás, quando um enorme asteroide escureceu o mundo e tornou a vida na Terra praticamente impossível.
O novo estudo mostra que mesmo depois de anos de trabalho no Cretáceo do Marrocos, novas espécies continuam sendo descobertas, a maioria raras. Os autores do estudo preveem que, em um ecossistema muito diversificado, pode levar décadas para encontrar todas as espécies e as possibilidades de novas descobertas são imensas nesta região. O Stelladens é a terceira nova espécie descoberta apenas esse ano. Quem sabe em pouco tempo não tenhamos mais informações sobre o que lhe servia de presa, desvendando finalmente esse mistério.