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No Brasil, favelas cresceram 15% em áreas de risco

Ao longo de 37 anos, 558 mil hectares de formações naturais no país foram convertidos em áreas urbanizadas

Por Redação 4 nov 2022, 11h02

Em 1985, as áreas urbanizadas no Brasil totalizaram 1,2 milhão de hectares do território nacional. No ano passado, atingiram 3,7 milhões de hectares. Resultado: um crescimento de 2,5 milhões de hectares, no período – a uma taxa de 3,2% ao ano. Organização que reúne universidades, entidades ambientais e empresas de tecnologia, o MapBiomas mostra em seu levantamento que a ocupação urbana em áreas de risco aumentou três vezes, e em áreas informais foi ainda maior, 3,4 vezes. De cada 100 hectares de favela, 15 foram construídos em áreas de risco.

A maior parte da área urbanizada em favelas se concentra nas capitais. Manaus, no Amazonas, possui o maior crescimento na série histórica, em 2021. Depois, vêm São Paulo (5.579 hectares), Belém (5.450 hectares), Rio de Janeiro (5.038 hectares) e Salvador (4.793 hectares). A Amazônia tem maior taxa de crescimento das ocupações informais, com 29,3%. A região norte possui 13 das 20 cidades com maior proporção de crescimento, com Belém entre as cinco primeiras da lista.

Ao longo dos 37 anos estudados a partir de imagens de satélite, 558 mil hectares de formações naturais foram convertidos em áreas urbanizadas. Na década de 1990, houve uma aceleração das áreas informais no país. A expansão natural da urbanização tem impactos no consumo dos recursos naturais, na qualidade de vida e, de uma maneira geral, na sustentabilidade urbana. “Mas quando falamos das favelas, além disso, há uma chance muito grande do aumento de ocupação de áreas de risco por populações mais vulneráveis”, explica Julio Cesar Predrassoli, um dos coordenadores do mapeamento de Áreas Urbanizadas do MapBiomas.

O Cerrado lidera o ranking dos biomas com o maior aumento das áreas urbanizadas em risco, com 382%, seguido da Caatinga, com 310%; Amazônia, com 303%; Mata Atlântica com 297%; Pampa, com 193%, e por último o Pantanal, com 187%. Como o ranking é feito por área e Petrópolis tem uma extensão urbana pequena, a cidade não está no topo da lista. “Mas é um dos exemplos mais emblemáticos das consequências da ocupação de áreas de risco que vem ocorrendo na região”, diz o engenheiro ambiental Edimilson Rodrigues, especialista de mapeamento de áreas urbanizadas do MapBiomas.

Apesar da agropecuária ter quase 70% de crescimento nas áreas urbanas, é o avanço sobre a vegetação nativa que chama atenção, dizem os técnicos do MapBiomas. “Proporcionalmente, alguns estados perderam mais da metade da sua cobertura natural para as áreas urbanizadas, afetando os ecossistemas naturais em que se inserem as cidades e contribuindo para uma resposta menos eficiente aos desafios climáticos”, aponta Mayumi Hirye, coordenadora do mapeamento de Áreas Urbanizadas do MapBiomas.

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