Após mais de um ano de pandemia, é bastante claro que os efeitos da Covid-19 se estendem para muito além do âmbito da saúde. Economicamente falando, o FMI estimou em quase 30 trilhões de dólares o dano causado pela pandemia. Ao que tudo indica, nesse sentido, um grupo foi mais afetado do que os demais: as mulheres.
Um novo relatório da ONG Oxfam International revelou que o prejuízo das mulheres em todo o mundo chegou à casa dos 800 bilhões de dólares (quase 4,5 trilhões de reais) em perda de renda. O valor é equivalente à soma do PIB de 98 países.
Outros estudos já haviam apontado que as mulheres foram especialmente afetadas por questões como o desemprego no ano de 2020. Globalmente, 64 milhões de mulheres perderam o emprego no ano passado, representando 5% do total de cargos detidos pelo sexo feminino. Para homens, essa taxa foi de 3,9%.
A ideia por trás do maior impacto registrado pelas mulheres é de que elas compõem a maior parte dos trabalhadores de setores que oferecem baixos salários, poucos benefícios e menos segurança trabalhista, tornando-as mais vulneráveis a situações de crise como a atual.
É importante ressaltar que, mesmo antes da pandemia, a situação das mulheres não era exatamente primorosa: pelo mundo, elas ganham apenas 77% do salário pago a homens, segundo as Nações Unidas. Com o efeito da pandemia, espera-se que essa desigualdade se torne ainda mais intensa.