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Múmia de 1.000 anos com cabelo intacto é encontrada durante obras em Lima

Envolto em tecidos e rodeado por potes decorados com figuras de pescadores, o corpo da criança foi colocado de frente para o mar em um enterro cerimonial

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2025, 12h34 - Publicado em 3 jul 2025, 20h00

Funcionários de uma empresa de gás natural em Lima, no Peru, faziam uma escavação rotineira para instalar tubulações no bairro de Puente Piedra, ao norte da capital, quando se depararam com algo inesperado: uma múmia em posição sentada, com cabelos castanhos escuros ainda visíveis, a apenas meio metro da superfície. O achado foi identificado por arqueólogos como o corpo de uma criança de 10 a 15 anos da cultura Chancay, que viveu na região entre os séculos XI e XV.

Segundo os especialistas da empresa Cálidda, responsável pela obra, a sepultura estava marcada por um tronco de huarango — árvore nativa que, no passado, servia como referência funerária. A múmia foi encontrada envolta em um tecido junto a objetos cerimoniais, como cabaças e cerâmicas decoradas com padrões geométricos e figuras de pescadores, além de restos de crustáceos, o que sugere a dieta e a ocupação da comunidade à qual o indivíduo pertencia.

Com cabelos castanhos visíveis e envolta por objetos cerimoniais, a múmia foi descoberta durante escavações para instalação de gasoduto na capital peruana.
Com cabelos castanhos visíveis e envolta por objetos cerimoniais, a múmia foi descoberta durante escavações para instalação de gasoduto na capital peruana. (Martin Mejia/AP)

Por que há tantos achados arqueológicos em Lima?

A descoberta reforça o que arqueólogos já sabem: a capital peruana, com mais de 10 milhões de habitantes, abriga uma impressionante quantidade de sítios arqueológicosmais de 500, segundo estimativas. O solo da região, originalmente ocupado por campos agrícolas, preserva vestígios de civilizações pré-hispânicas, muitas vezes soterrados sob áreas hoje urbanizadas. O clima seco da costa peruana também contribui para a preservação natural de corpos mumificados.

Devido a essa riqueza histórica, empresas como a Cálidda são obrigadas por lei a contar com supervisão arqueológica em qualquer obra que envolva escavações. Desde 2004, a companhia afirma ter encontrado mais de 2.200 vestígios arqueológicos. Em comunicado, a empresa afirmou que cada projeto “é uma oportunidade para proteger o que está sob nossos pés”.

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O que se sabe sobre a cultura Chancay?

A civilização Chancay floresceu na costa central do Peru entre os anos 1000 e 1470, antes de ser incorporada ao Império Inca. Conhecida por sua produção têxtil e cerâmica, vivia em comunidades costeiras com forte ligação ao mar. Estudos recentes também identificaram tatuagens em múmias dessa cultura, com desenhos de animais, padrões geométricos e formas vegetais, revelando aspectos simbólicos e espirituais de sua identidade.

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