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Mudança no Sistema Internacional de Unidades não deve afetar vestibulandos

Revisão nas medidas do quilograma, do kelvin, do ampere e do mol deve beneficiar áreas como a indústria farmacêutica

Por Pietra Carvalho
21 Maio 2019, 19h05

Atenção, estudantes: a mudança nas unidades de medida do Sistema Internacional de Unidades (SI), aprovada em 2018, não deve afetar diretamente as provas do vestibular. Em vigor desde segunda-feira 20, a revisão afeta as definições do quilograma, do kelvin, do ampere e do mol, que agora são obtidas de acordo com constantes da natureza em vez de objetos palpáveis.  

O professor Carlos Marmo, autor de física do Sistema Anglo de Ensino, explicou a VEJA que os conceitos ensinados aos estudantes devem permanecer os mesmos. Segundo ele, a novidade trabalha com casas decimais muito além das cobradas no vestibular e é relevante para áreas mais específicas, como pesquisas cientificas e outros trabalhos envolvendo precisão extrema de dados. “A indústria farmacêutica, por exemplo, para fabricar medicamentos muito caros ou fortes, pode se beneficiar desta medida mais exata.”

Marmo aposta que o tema deve ser cobrado apenas no contexto das questões, já que as provas das maiores universidades do país investem em enunciados cada vez mais elaborados. “Esta nova definição de massa leva a uma reflexão sobre a evolução da história da ciência. É uma mudança de paradigma na física. Antes, a referência usada para medida era um cilindro em deterioração preso em um único cofre na França. Agora isso foi modernizado, é uma constante universal. Mesmo que o homem viaje para Marte, ele ainda pode contar com essa constante, e isso é um avanço significativo considerando que nem sabemos onde estaremos em 50 anos.”

O professor do Anglo lembra ainda que a nova convenção pode ser abordada pela área de linguagens, acostumada com perguntas inspiradas em datas históricas para a ciência, estimulando a interdisciplinaridade.

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A novidade, na qual metrologistas vêm trabalhando há décadas, é a maior no sistema de sete unidades básicas desde sua concepção atual, em 1960, afetando principalmente o quilograma. Em sua primeira versão, convencionada em um tratado de 20 de maio de 1875, em Paris, o SI calibrava todas as massas com base em um cilindro de platina e irídio depositado em um cofre perto da capital francesa.

Mas este cilindro, que definia a medida do quilograma desde 1889, começou a mostrar sinais de deterioração pelo tempo, provando-se uma referência instável. Agora, a unidade será obtida por um experimento que usa a constante de Planck como referência. No método, um instrumento conhecido como Balança de Kibble, semelhante à conhecida balança da Justiça, gera uma força eletromagnética pesada contra a massa de um objeto.

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Outras escalas

A constante de Planck é usada para mensurar o tamanho dos pacotes de energia, convertidos em massa, com uma precisão elevada, se baseando na força produzida pela tensão elétrica. 

O ampére, medido pela carga de um elétron, o mol, definido pela constante de Avogadro, e o kelvin, medido pela constante de Boltzmann, também passaram a ser calculados em valores exatos, por outros experimentos.

As outras três unidades básicas que completam o SI  — o segundo, o metro e a candela — já eram medidos por constantes. O metro, por exemplo, é definido pela velocidade da luz desde 1983. A medida é igual à distância que a luz percorre no vácuo em 1/299.792.458 segundos.

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A redefinição anunciada na segunda permite que qualquer laboratório com os equipamentos adequados mensure o quilograma do zero. Representantes de todo mundo aprovaram por unanimidade a renovação no último mês de novembro, em uma Conferência Geral de Pesos e Medidas em Versalhes, também na França.

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