Missão de defesa planetária da Nasa lançará espaçonave contra asteroide
Objetivo da agência espacial é alterar a trajetória original de dois objetos a mais de 11 milhões de quilômetros da Terra
Nesta quinta-feira, a Nasa vai colocar em órbita uma espaçonave que, em cerca de 10 meses, deve se chocar com um asteroide a 11 milhões de quilômetros da Terra. O impacto faz parte da missão DART, da sigla em inglês Double Asteroid Redirection Test, ou Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, e funcionará como um teste para descobrir se é possível impedir a aproximação de um objeto em rota de colisão com nosso planeta.
O alvo é o sistema Didymos, formado por dois asteroides: o pequeno Dimorphos, de 163 metros de diâmetro, e o maior, Didymos, com 780 metros. Nenhum deles representa um perigo real para nosso planeta e por isso foram escolhidos para essa missão inicial. A estratégia é simples: com o impacto em Dimorphos, a Nasa espera provocar uma alteração pequena na órbita do asteroide maior.
Além de telescópios, os pesquisadores terão à disposição fotografias tiradas pela sonda LICIACube, criada pela agência espacial italiana. Ela viajará dentro da Dart e assumirá uma trajetória autônoma 10 dias antes da colisão. As imagens vão mostrar o tamanho do rombo causado no asteroide, bem como a maneira como a espaçonave vai quebrar. Uma outra missão, prevista para 2026, deve fotografar Dimorphos em detalhes. Todas essas informações serão importantes para futuros lançamentos do tipo.
O objetivo da Nasa é desenvolver o que chama de defesa planetária, que “engloba todas as capacidades de detectar potenciais impactos de asteroides ou cometas e prevenir ou mitigar possíveis efeitos”, segundo o comunicado oficial da agência. Pode parecer um exagero, já que mais de 27 mil asteroides mantêm trajetórias próximas ao nosso planeta e milhares de fragmentos se desintegram ao atingir a órbita terrestre sem causar nenhum dano. Mas a precaução pode ser importante no futuro. Afinal, há 66 milhões de anos um asteroide colidiu com a Terra e ajudou a extinguir os dinossauros e outras formas de vida.
Outras missões serão feitas na sequência. Os pesquisadores acreditam que será necessário desenvolver métodos mais rápidos de atingir os corpos que se aproximam, bem como técnicas de impactos múltiplos para alterar a rota de objetos maiores.