Na tarde desta quarta-feira, 11, a cidade de Manaus, capital do Amazonas, registrou a terceira pior qualidade do ar do mundo, de acordo com o World Air Quality Index (WAQI). O índice, que mostra a qualidade do ar em tempo real em diversas localizações, atribuiu a classificação mais alta de risco à saúde.
Às 12h50, Manaus registrava 387 microgramas de poluentes por metro cúbico, o que indica que todos os moradores da cidade estão sujeitos a efeitos sérios na saúde. A nível de comparação, a cidade de São Paulo registrou 122 microgramas de poluentes por metro cúbico no mesmo horário.
A causa do alto índice de poluição está nas queimadas que se espalham pelo estado e pelas outras unidades federativas que compõem a Amazônia Legal. Apenas no mês de setembro mais de 7 mil focos de queimadas foram registrados no Amazonas e, desde o início de outubro, mais de 2.600 pontos de calor já foram contabilizados.
O baixo nível de chuvas é parcialmente responsável pelo agravamento. Entre julho e setembro o déficit registrado no interior do Amazonas e no Pará foram os mais severos desde 1980. A queda tem sido observada desde maio e deve permanecer até dezembro, quando espera-se que o El Niño atinja seu ápice, segundo o Cemaden. A baixa pluviosidade também tem afetado os rios, que estão com níveis abaixo da média em toda a região.
Há semanas moradores reclamam da qualidade do ar. Em uma rede social, uma delas sinalizou que desde o início da manhã desta quarta-feira a cidade estava tomada por fumaça. “Insalubre é pouco pra definir a vida aqui hoje.”
São 7 da manhã em Manaus. A cidade toda tá tomada de fumaça. A minha casa tá tomada por fumaça, a visão chega tá embaçada. O cheiro tá insuportável e tá impossível de respirar. O calor agora e pelo resto do dia piora tudo. Insalubre é pouco pra definir a vida aqui hoje.
— dona do tio armênio (@luizasreis) October 11, 2023
A cidade ficou atrás apenas de Chikkamagaluru, na Índia e de Talang Betutu Palembang, na Indonésia, que registraram, respectivamente, 700 e 442 pontos no índice. Os dados são semelhantes ao que foi registrado pelo Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), que mostra que a poluição ultrapassava os 300 pontos em algumas regiões da cidade e chega a alarmantes três mil pontos em Serra da Moça, em Roraima, e em Querência, no Mato Grosso.
O Selva também mostra que, nas últimas 24 horas, pontos que queimada foram registrados em todas as regiões da Amazônia Legal, se concentrando, principalmente, nos estados do Pará, Maranhão e Tocantins.