Mais de 1.500 ecossistemas costeiros sumirão se o planeta aquecer 2 graus
Manguezais, pântanos e ilhas de coral são mais sujeitos ao aumento no nível dos mares
As regiões em que os oceanos encontram os continentes costumam formar ecossistemas muito ricos, capazes de sustentar a pesca e a vida selvagem local. No entanto, essas áreas estão eminentemente ameaçadas pelo aumento no nível dos mares, uma consequência direta do aquecimento global.
De acordo com a pesquisa divulgada na revista científica Nature, se o mundo aquecer mais de dois graus, limite estabelecido pelo acordo de Paris, pelo menos 1500 ecossistemas poderão desaparecer.
O estudo, conduzido por um time internacional, avaliou 190 manguezais, 477 pântanos salgados e 872 ilhas de recife de coral em todo o mundo. Esses ecossistemas são impressionantemente resilientes e, por isso, eles acompanham o aumento no nível dos mares, que sobem até 4 milímetros por ano. Mas existem exceções.
Em algumas áreas, a terra afunda frente ao aumento desses níveis e, por isso, a variação relativa para esses ecossistemas é maior. Em situações como essas, os biomas não conseguem acompanhar o ritmo e sucumbem. “Esses casos nos dão um vislumbre do futuro em um mundo em aquecimento”, diz o co-autor do artigo, Neil Saintilan, em matéria do The Conversation Brasil.
O aquecimento global acima dos 2º C promete acelerar a velocidade dessas mudanças, podendo elevar o aumento anual para até 8 milímetros. Nesse cenário, existe 90% de probabilidade dos manguezais não conseguirem acompanhar a variação e 67% de chance das ilhas de corais sofrerem mudanças drásticas.
“Se o aumento da temperatura global for limitado a 2℃, os ecossistemas costeiros terão uma chance de lutar”, afirma Saintilan. “O futuro dos litorais vivos do mundo está em nossas mãos.”