Maior radiotelescópio do hemisfério sul tenta achar vida extraterrestre
Equipamento instalado na África do Sul vai usar transmissores sensíveis para escanear um milhão de estrelas nos próximos dois anos

A busca por inteligência extraterrestre vem desafiando astrônomos há anos. Até agora, nenhum esforço teve resultado. Mas um novo projeto pode mudar essa situação. O radiotelescópio MeerKAT, iniciativa do programa científico Breakthrough Listen, entrou em operação nesta semana na região de Karoo, na África do Sul, e nos próximos dois anos mais de um milhão de estrelas próximas serão analisadas em busca de algum sinal de vida.
Um dos primeiros alvos do MeerKAT é a estrela Proxima Centauri, que acomoda dois planetas rochosos. Os cientistas procuram por assinaturas tecnológicas, indicadores de tecnologia desenvolvida por inteligência extraterrestre, e passaram os últimos três anos aperfeiçoando o mais avançado equipamento já utilizado nesse tipo de pesquisa. O resultado é a maior estrutura do tipo no hemisfério sul e um dos radiotelescópios mais sensíveis do planeta, com capacidade de detectar um transmissor a uma distância de 250 anos-luz.
“O MeerKAT tem uma combinação notável de sensibilidade e velocidade de pesquisa, o que o torna um telescópio maravilhoso na busca por vida extraterrestre”, diz Fernando Camilo, cientista-chefe do South African Astronomy Observatory (SARAO), observatório que construiu e opera o telescópio, em comunicado oficial.
Além de colocar a África do Sul na vanguarda das buscas por inteligência extraterrestre, o MeerKAT ainda tem ajudado a jogar luz sobre uma área da astronomia que não recebe grande financiamento das grandes agências espaciais. A Nasa, por exemplo, não investe seriamente nesse tipo de pesquisa desde 1993, quando se deu o cancelamento de seu projeto de levantamento de microondas de alta resolução. Hoje, boa parte dos recursos vem de iniciativas privadas.