IBM cria o primeiro circuito integrado feito sobre grafeno
Protótipo descrito na revista 'Science' supera desafio da adesão ao silício
A IBM acaba de anunciar a criação do primeiro circuito integrado feito sobre grafeno, material que pode substituir o silício e revolucionar a informática. Embora muito simples do ponto de vista eletrônico, o sistema – capaz de produzir frequências maiores do que 10GHz, mais rápido que os computadores domésticos atuais – prova que é possível superar os problemas de adesão do grafeno aos componentes eletrônicos feitos com silício.
O grafeno, descrito pela primeira vez na década de 1960, mas oficialmente descoberto em 2004, é uma finíssima folha de átomos de carbono compactados que pode servir como condutor de eletricidade (como o cobre) ou como um supercondutor de calor (como o zinco). O silício, por sua vez, é o semicondutor usado em chips. O grande desafio dos cientistas era justamente unir as propriedades de ambos, já que os materiais não têm poder de adesão.
Os pesquisadores então criaram uma camada de grafeno sobre uma superfície de carbeto de silício – um composto químico formado tanto por silício como carbono. Retiraram o silício da camada mais externa e conseguiram, assim, unir materiais que, em princípio, não aderem.
Circuitos como este – chamados de misturadores de frequência, produzindo sinais de saída com frequência mista – são geralmente usados em telecomunicações. Embora ainda não tenha uma utilidade real, o protótipo desenvolvido poderá revolucionar os sistemas de comunicação. Por meio do método descoberto pelos pesquisadores, outros circuitos mais complexos e potentes deverão ser construídos. O estudo foi publicado na revista Science.
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