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Geleiras do Ártico podem desaparecer durante os meses de verão

Há 10.000 anos, o gelo derreteu a temperaturas semelhantes às que temos hoje. Isso pode ser catastrófico para o clima e os ecossistemas

Por Marília Monitchele
24 mar 2023, 17h01

Ao norte da Groenlândia e do Canadá pode estar o último santuário de gelo marinho durante os meses de verão do Ártico. O aumento das temperaturas causadas pelas mudanças climáticas podem afetar profundamente a região. Pesquisadores analisaram amostras de sedimentos coletadas no fundo do Mar de Lincoln, buscando evidências da última Era do Gelo. Os dados colhidos mostraram que o gelo marinho derreteu nessa região há aproximadamente 10.000 anos. Esses resultados indicam que o derretimento ocorreu em um período da história geológica em que as temperaturas globais atingiram um nível próximo ao que estamos chegando hoje.

Isso pode significar que os pontos mais frios desta região tenderão desaparecer nas próximas décadas. Os cientistas usaram dados do início do Holoceno para prever quando o gelo do mar vai derreter. Durante esse período, as temperaturas de verão no Ártico eram mais altas do que hoje. Embora isso tenha sido causado pela variabilidade climática natural, oposta ao aquecimento induzido pelo homem, ainda é um laboratório natural para estudar o destino dessa região no futuro imediato.

O grupo analisou, entre outras coisas, as moléculas de algas que só são produzidas quando há gelo marinho. Dessa forma, foi possível determinar quando houve derretimento nessa área. As conclusões apresentadas têm um lado bom, e outro ruim. O ponto negativo é que se nada for feito o gelo derreterá por completo, o que pode ter consequências catastróficas, como o aumento do nível do mar. A boa notícia é que os resultados mostram que a tendência é reversível. Se houver medidas efetivas no sentido de manter as temperaturas estáveis ​​ou até mesmo reduzi-las, o gelo do mar voltaria para a região.

Efeitos do derretimento

O derretimento completo das geleiras do Mar de Lincoln durante o verão pode resultar em consequências mais amplas para o clima. A brancura do gelo reflete os raios solares. Sem ela, a incidência de calor no mar será mais intensa, podendo chegar a dez vezes mais que o nível atual. Isso geraria um efeito em cadeia: em primeiro lugar, o derretimento do gelo aumentaria o nível do mar afetando diretamente populações costeiras, além disso, o aumento da temperatura da água atingiria diversos ecossistemas e ameaçaria inúmeras espécies não acostumadas a viver em diferentes condições de temperatura.

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