Expansão do universo pode não estar acelerando: estudo desafia teoria que rendeu Nobel
Nova análise de supernovas sugere que a expansão cósmica pode estar desacelerando, o que contraria o modelo dominante da astrofísica há 27 anos
Uma nova análise conduzida por pesquisadores da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, indica que o universo pode ter entrado em uma fase de expansão mais lenta, e não acelerada, como se acreditava desde o final dos anos 1990. Caso esse cenário seja confirmado, ele colocaria em xeque a interpretação que se tornou consenso ao longo de quase três décadas e que levou o Prêmio Nobel de Física de 2011.
O estudo também aponta que a energia escura, força considerada responsável pela aceleração da expansão, pode estar diminuindo ao longo do tempo, e não atuando de forma constante, como prevê o modelo cosmológico atual.
Por que isso contraria a teoria premiada com o Nobel?
A teoria da expansão acelerada surgiu a partir da observação de supernovas do tipo Ia, tratadas como “velas padrão” por se acreditar que emitiam luminosidade uniforme. Esse padrão permitia medir distâncias e estimar a velocidade de expansão do universo ao comparar brilho e desvio para o vermelho dessas explosões.
A nova análise sugere que essa suposição pode ter ignorado variações nas propriedades das estrelas que originaram essas supernovas no universo jovem. Segundo os autores, essas diferenças resultariam em eventos naturalmente menos luminosos, o que teria levado a interpretações distorcidas dos dados. Ao corrigir esse viés, o quadro observado deixaria de indicar aceleração e passaria a sugerir uma expansão em desaceleração.
O que mudaria se a energia escura estiver enfraquecendo?
Se a energia escura estiver perdendo força, a trajetória futura do universo pode ser diferente da prevista pelos modelos atuais. Em vez de continuar se expandindo indefinidamente, o cosmos poderia desacelerar até um ponto de equilíbrio e, em um cenário extremo, iniciar uma contração gradual. Essa hipótese é conhecida como Big Crunch, uma espécie de evento inverso ao Big Bang.
No entanto, a comunidade científica ainda não aceita a nova hipótese. O tema deve gerar forte controvérsia, porque a existência da energia escura é um dos pilares da cosmologia atual. No entanto, o debate ganhou fôlego com o fato de que outra colaboração científica relevante, o consórcio DESI (Dark Energy Spectroscopic Instrument), também identificou indícios recentes que apontam para resultados semelhantes, sugerindo que o assunto não está encerrado.
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