EUA comemoram cinquenta anos do primeiro voo em órbita
Crise financeira na NASA deixa celebração com gosto amargo. Americanos dependem dos russos para levar astronautas e carga ao espaço
Os Estados Unidos comemoram nesta segunda-feira o 50º aniversário do primeiro voo em órbita feito por um americano. A celebração, no entanto, tem um gosto amargo. Os conquistadores da Lua dependem da Rússia para realizar seus voos tripulados.
Às 9h47 do dia 20 de fevereiro de 1962, e em sua décima primeira tentativa, o astronauta John Glenn decolava do Cabo Canaveral, da Flórida, a bordo de um foguete Atlas. Glenn deu três voltas na Terra em pouco menos de cinco horas. Cerca de um ano depois da primeira viagem ao espaço feita por um homem, o soviético Yuri Gargarin, o sucesso desta missão devolvia a confiança na corrida espacial aos Estados Unidos e transformava, da noite para o dia, seu protagonista em herói nacional.
Agora, a maior agência espacial do mundo depende da Rússia para levar seus astronautas ao espaço. Com a aposentadoria dos ônibus espaciais, a NASA delegou ao setor privado o desenvolvimento de um sistema de transportes capaz de abastecer a Estação Espacial Internacional e levar tripulantes à baixa órbita da Terra. A empresa americana SpaceX, do sul-africano Elon Musk, deve efetuar o primeiro lançamento de teste a partir de 20 de março.
Em um momento em que a China busca enviar homens à Lua, Scott Carpenter, o segundo americano a ser enviado ao espaço, lamenta que os Estados Unidos tenham perdido a determinação. “Quando John [Glenn] e eu trabalhávamos para o país com a NASA, os Estados Unidos eram considerados uma nação onde tudo era possível”, disse. “Nos transformamos em um país onde nada é possível e lamento profundamente”, acrescentou.
(Com Agência France-Presse)