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Pela primeira vez, cientistas descobrem cemitério filisteu

O cemitério do povo mencionado na Bíblia foi encontrado ao Sul de Israel. Arqueólogos esperam que a descoberta ajude a desvendar a origem dos filisteus

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 22h43 - Publicado em 11 jul 2016, 16h32

Cientistas afirmam ter encontrado um cemitério pertencente aos filisteus, ao Sul de Israel. Essa é a primeira vez que um cemitério pertencente ao antigo povo descrito na Bíblia é encontrado por arqueólogos e deve oferecer pistas preciosas para a compreensão da origem dos filisteus – até hoje um mistério. O anúncio foi feito no último domingo e marcou o fim de trinta anos de escavações na região do Parque Nacional de Ashkelon, feitas pela expedição Leon Levy. Foram encontrados 145 conjuntos de restos mortais, no cemitério datado entre os séculos 10 a. C. e 12 a. C.

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“Essa descoberta vai nos ensinar muito sobre os filisteus – aprendemos sobre suas casas, o que comiam e com quem faziam negócios, mas agora estamos vendo como eram as pessoas”, afirmou o arqueólogo Daniel Master, pesquisador da Faculdade Wheaton, nos Estados Unidos,  e um dos líderes da expedição, à CNN.

Expedição – Acredita-se que Ashkelon seja uma região que tenha sido dominada pelos filisteus desde 1150 a.C. Na Bíblia, o povo é considerado inimigo dos israelitas e acredita-se que eles tenham migrado para Israel por volta do século 12 a. C., vindos do Oeste da Europa. Golias, gigante que, segundo a Bíblia, foi vencido por Davi antes que ele se tornasse rei, teria sido o mais famoso deles.

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Ashkelon começou a ser escavada em 1985 por uma equipe composta de pesquisadores da Universidade Harvard, Boston College, Wheaton e Universidade Troy, nos Estados Unidos. Em 2013, foram encontrados os primeiros indícios do cemitério. Seu conteúdo, entretanto, foi mantido em segredo até o fim das escavações, para que os trabalhos pudessem continuar sem interrupção.

Os cientistas anunciaram ter descoberto, durante todo esse tempo, corpos enterrados próximos a utensílios, como pequenos jarros onde eram guardados perfumes, vinho ou azeite de oliva. Acredita-se que o conteúdo dos jarros possa ter sido alguma espécie de oferenda ou de método de preparo dos corpos – o perfume pode ter conteúdo simbólico ou apenas prevenir o odor da decomposição, indicam os pesquisadores. Alguns corpos foram sepultados com joias e outros, com armas. Em áreas separadas, os cientistas também encontraram jarros com os ossos de crianças e recipientes com vestígios de corpos cremados – uma técnica rara e bastante cara para a época.

A próxima etapa da pesquisa é fazer exames de DNA e a datação dos ossos encontrados por radiocarbono, para descobrir ao certo de onde vieram. Os pesquisadores acreditam que, além de oferecer pistas sobre a origem dos filisteus, a pesquisa possa revelar mais sobre o modo de vida e composição social do povo. “O cotidiano aqui era cosmopolita, mais elegante e conectado com outras partes do Leste do Mediterrâneo do que o estilo mais modesto dos israelitas”, afirmou o arqueólogo Lawrence Stager, lider da expedição, ao site do jornal britânico The Guardian.

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