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Em 2022, aquecimento global mudou ciclo das águas, diz estudo

Levantamento liderado pela Universidade Nacional Australiana alerta que eventos como secas repentinas se tornarão mais frequentes

Por Marília Monitchele
11 jan 2023, 19h51

Pelo terceiro ano consecutivo, o La Niña intensificou as secas nas Américas e causou inundações em partes da Ásia e Oceania. Um relatório inédito divulgado nesta quarta-feira, 11, pelo Global Water Monitor Consortium constatou que o aquecimento global está mudando o ciclo das águas no planeta. O levantamento liderado pela Universidade Nacional Australiana também alerta que eventos como secas repentinas se tornarão mais frequentes nos próximos anos.

O grupo combinou medições de água em milhares de estações terrestres e por satélites para produzir informações atualizadas sobre chuvas, temperatura e umidade do ar, água no solo, vazão dos rios e volume de água em lagos naturais e artificiais. Em 2022, o ciclo da água foi dominado por águas oceânicas relativamente quentes no Pacífico ocidental e no leste e norte do Oceano Índico. Como resultado, uma forte onda de calor se desenvolveu no sul da Ásia no início do ano, seguida por uma monção muito úmida que causou grandes inundações no Paquistão.

Em outros lugares, na Europa e na China, ondas de calor extremas deram origem às chamadas “secas repentinas”, que se desenvolvem dentro de alguns meses após ondas de calor severas, causando baixos fluxos de rios, danos à agricultura e incêndios florestais.

O relatório mostra que a temperatura do ar sobre a terra em 2022 seguiu a tendência de aquecimento de longo prazo, enquanto a umidade do ar está diminuindo. “Isso significa que a natureza, as plantações e as pessoas precisarão de mais água para se manterem saudáveis, o que agrava o problema”, disse em comunicado o professor Albert Van Dijk, da Universidade Nacional Australiana, principal autor do estudo.

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2022 foi o terceiro ano consecutivo de La Niña. Isso causou problemas de inundação na Austrália, mas também aprofundou as condições de seca no oeste dos Estados Unidos e em partes da América do Sul. No Brasil, por exemplo, fortes chuvas  causaram enchentes e deslizamentos de terra. “Ainda não se sabe se esses três anos de La Niña foram um acaso estatístico ou os primeiros sinais de algo mais sinistro”, disse o professor Van Dijk. “Se os padrões de La Niña ou El Niño permanecerem por mais tempo no futuro, isso causará muitos problemas, com secas cada vez piores e inundações piores.”

O relatório também fornece uma perspectiva para 2023, com condições relativamente secas indicando o potencial para intensificar ou desenvolver secas em partes da América do Norte e do Sul, Ásia Central, China e Chifre da África. No entanto, as condições de La Niña estão diminuindo, então há esperança de que a disponibilidade de água possa em breve retornar a níveis mais normais em algumas dessas regiões.

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