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El Niño deve durar pelo menos até abril de 2024, diz agência da ONU

Fenômeno ganhou força e pode alcançar patamar de Super El Niño

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 nov 2023, 13h00

A Organização Meteorológica Mundial, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o clima, anunciou nesta quarta-feira, 8, que o El Niño deve durar, pelo menos, até Abril de 2024. O fenômeno, que se desenvolveu rapidamente entre julho e agosto, atualmente está classificado como forte, com aquecimento médio no Pacífico Equatorial Centro-Leste atingindo 1,8 graus centígrados.

As previsões já apontavam que o pico do fenômeno deveria ser atingido entre novembro de 2023 e janeiro de 2024. Embora o impacto atinja de maneira diferente as diversas regiões do planeta, nesse período, eventos climáticos extremos como ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas fortes e inundações podem ser agravados. 

No Brasil, o El Niño é caracterizado por volumes de chuva acima da média na região Sul do país e abaixo da expectativa histórica na região Norte. De acordo com a MetSul meteorologia, as próximas semanas devem ser marcadas por esse evento, com grandes acumulados nos estados do Sul, pluviosidade superior ao normal em Mato Grosso do Sul e São Paulo, e por seca no Norte e no Nordeste. 

De acordo com a agência da ONU, o contexto de mudanças climáticas não deve ser ignorado. Apesar do El Niño ser um fenômeno natural, o aquecimento global pode agravar o seu impacto. “Isto deve-se clara e inequivocamente à contribuição das crescentes concentrações de gases do efeito de estufa provenientes das actividades humanas”, afirmou o Secretário-Geral da Organização Meteorológica Mundial, Prof. Petteri Taalas.

Super El Niño

O El Niño ocorre quando as águas da superfície do Pacífico Equatorial se tornam mais quente do que a média e os ventos de Leste sopram mais fracos do que o normal na região. Esse fenômeno leva a invernos mais quentes e, no Brasil, causa um desequilíbrio de chuvas que causa secas na região Norte. 

O evento é natural, dura de nove a doze meses e, geralmente, ocorre entre períodos de dois a sete anos. A última vez em que aconteceu foi entre 2015 e 2016 e se apresentou de maneira severas, com extremos climáticos que tiveram consequências em todas as regiões do planeta. 

Super El Niño não é um termo oficial, mas se caracteriza pela apresentação intensa e consistente do fenômeno. Quando a anomalia de temperatura no Pacífico Equatorial Centro-Leste fica entre 0,5 e 0,9 graus centígrados, ele é considerado leve; entre 1 e 1,4 graus, moderado; entre 1,5 e 1,9 graus, forte e acima de 2 graus, muito forte. Embora não haja um consenso, especialistas consideram o evento como “super” quando essa média de aquecimento se mantém como muito forte por pelo menos três meses. 

A expectativa é de que essa média continue aumentando nas próximas semanas, até que entre janeiro e fevereiro o fenômeno comece a se amenizar. Ainda não é possível, no entanto, saber exatamente como o El Niño evoluirá e se ele atingira todas as condições necessárias para entrar no patamar de Super, como ocorreu entre 2015 e 2016. 

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