Dois tipos de ancestrais do homem conviveram no mesmo espaço e tempo
Nova análise de pesquisadores do Arizona identificam que esses hominídios andavam de forma diferente
Uma nova análise de fósseis encontrados em 2009, na Etiópia, permitiu identificar que duas espécies de antigos ancestrais humanos conviveram no mesmo período — há 3,4 milhões de anos — e caminhavam de maneiras diferentes. A descoberta, conduzida por Yohannes Haile-Selassie, da Universidade Estadual do Arizona, confirmou que o conjunto de ossos conhecido como Burtele Foot pertence à espécie Australopithecus deyiremeda, distinta da famosa Australopithecus afarensis, a espécie de Lucy. Segundo os pesquisadores, este é o único sítio arqueológico conhecido que oferece “evidência clara mostrando que duas espécies de hominídeos relacionados coexistiram ao mesmo tempo na mesma área”.
A diferença entre as espécies ficou registrada nos pés. O Burtele Foot revelou uma anatomia mais primitiva que a de Lucy, com um dedão opositor, útil para subir em árvores, além de dedos mais longos e flexíveis. Isso indica que A. deyiremeda mantinha fortes habilidades arborícolas. No caminhar, também havia distinções: ao andar ereto, esse hominíneo provavelmente impulsionava o corpo pelo segundo dedo, e não pelo dedão, como fazem os humanos modernos e como já fazia A. afarensis. “O que isso significa é que a bipedalidade nesses ancestrais humanos surgia em várias formas”, explicou Haile-Selassie. “Havia muitas maneiras de andar sobre duas pernas — não apenas uma, até muito mais tarde”.
A confirmação de que ambas as espécies compartilharam o mesmo ambiente foi reforçada por análises geológicas e ambientais. A geocronologista Naomi Levin, da Universidade de Michigan, mostrou que elas tinham dietas distintas, sinalizando adaptações diferentes ao clima e aos recursos disponíveis. Para Levin, estudar essas linhagens revela pistas sobre como os ancestrais humanos responderam a períodos com níveis de carbono comparáveis aos atuais. “Se não entendermos como os humanos interagiram com o ambiente no passado, não teremos perspectiva sobre o presente”, afirmou. As descobertas, publicadas na revista Nature, ajudam a redesenhar a história evolutiva do início da linhagem humana
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