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DNA mitocondrial liga índios da América do Norte a seus descendentes atuais

Estudo mostra ligação genética entre uma mulher e seus antepassados indígenas de 2.500 e 5.500 anos atrás

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h19 - Publicado em 5 jul 2013, 16h40

Pesquisadores de universidades americanas e canadenses descobriram uma ligação genética direta entre índios americanos que viveram entre 5.000 e 6.000 anos atrás e seus descendentes dos dias de hoje. No estudo, publicado esta quarta-feira no periódico Plos One, os autores atualizam o DNA mitocondrial, que os filhos herdam apenas da mãe, para rastrear três linhagens maternas dos tempos antigos até o presente.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Ancient DNA Analysis of Mid-Holocene Individuals from the Northwest Coast of North America Reveals Different Evolutionary Paths for Mitogenomes

Onde foi divulgada: periódico Plos One

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Quem fez: Yinqiu Cui, John Lindo, Cris E. Hughes, Jesse W. Johnson, Alvaro G. Hernandez, Brian M. Kemp, Jian Ma, Ryan Cunningham, Barbara Petzelt, Joycellyn Mitchell, David Archer, Jerome S. Cybulski, Ripan S. Malhi

Instituição: Universidade de Illinois, EUA, e outras

Resultado: Os resultados do estudo mostraram que o DNA mitocondrial de uma jovem que viveu há cerca de 5.500 anos era compatível com o de outra mulher, de cerca de 2.500 anos, encontrada em Dodge Island (ilha Dodge), próxima à cidade Prince Rupert, na Colúmbia Britânica. Uma das descendentes atuais também apresentou as mesmas características de DNA mitocondrial, o que indica a mesma linhagem materna.

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A pesquisa compara o DNA mitocondrial (localizado no interior das mitocôndrias, as organelas responsáveis por produzir energia dentro das células) de quatro antepassados e três pessoas que vivem atualmente no norte de Columbia Britânica, no Canadá. Essa região é habitada pelos povos indígenas – tsimshian, haida e nisga’a – que, segundo suas tradições, estão no local há diversas gerações.

O uso do DNA mitocondrial favorece esse tipo de estudo. Enquanto o DNA “comum” (denominado DNA nuclear) está presente apenas no núcleo de cada célula, o DNA mitocondrial é mais abundante nas células. Considerando que o material genético é degradado facilmente com a ação do tempo, quanto mais cópias do DNA existirem, mais chance tem o cientista de encontrá-lo.

Como não é recombinado com o material genético paterno, o DNA mitocondrial passa de mãe para filho praticamente inalterado. Dessa forma, é mais fácil reconhecer sequências desse DNA através das gerações. No caso dos nativos da América do Norte, a partir da chegada dos europeus ao continente, acontece a mistura entre o DNA de mulheres indígenas e homens europeus, o que dificulta o uso do DNA nuclear para estudos desse tipo.

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Parentesco distante – Os resultados do estudo mostraram que o DNA mitocondrial de uma jovem que viveu há cerca de 5.500 anos, obtido por meio de um esqueleto encontrado em Lucy Islands (Ilhas Lucy), na Colúmbia Britânica, era compatível com o de outro esqueleto de mulher, de cerca de 2.500 anos, encontrado em Dodge Island (ilha Dodge), próxima à cidade Prince Rupert, também na Colúmbia Britânica. Uma das participantes do estudo também apresentou as mesmas características de DNA mitocondrial.

Outros três participantes do estudo apresentaram um DNA mitocondrial correspondendo ao de outro indivíduo encontrado em Dodge Island, que viveu há cerca de 5.000 anos.

“A arqueologia é uma fonte de informação importante sobre o passado. As tradições orais nos dão muitas informações verificáveis sobre eventos e padrões do passado, mas a informação genética é algo reconhecido imediatamente”, afirma David Archer, antropólogo e um dos autores do estudo.

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Para Joycelynn Mitchell, que participou da elaboração do estudo e é também membro da comunidade metakatla, “é incrível ter provas científicas que corroboram aquilo que nossos ancestrais têm nos falado há gerações”.

Saiba mais

MITOCÔNDRIAS

As mitocôndrias são estruturas responsáveis por fornecer energia, a partir da quebra de nutrientes, para as células. Esse processo é conhecido como respiração celular. O número de mitocôndrias por célula varia muito, de milhares a poucas. A quantidade depende da função da célula. Células musculares, que necessitam de muita energia para funcionar, têm mais mitocôndrias que células nervosas, por exemplo.

DNA MITOCONDRIAL

O DNA mitondrial não se encontra no núcleo da célula, mas dentro da mitocôndria. Ele é ideal para o estudo de arqueologia molecular, especialmente por ser naturalmente amplificado, ou seja, apresentar centenas ou milhares de cópias em uma única célula.

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