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Cresce o número de startups de base científica e tecnológica em São Paulo

Números foram obtidos por meio de mapeamento do Sebrae for Startups, em parceria com a aceleradora de empresas Wylinka

Por Elton Alisson, Agência Fapesp
Atualizado em 4 jun 2024, 11h08 - Publicado em 11 jan 2023, 11h12

O número de startups de base científica e tecnológica no estado de São Paulo registrou crescimento expressivo nos últimos triênios, com aumento acentuado entre 2017 e 2019. Entre 2011 e 2013 foram fundadas 13 startups com esse perfil. De 2014 a 2016 o número de novas deep techs paulistas saltou para 64 e chegou a 87 nascentes entre 2017 e 2019.

Os números foram obtidos por meio de um mapeamento feito pelo Sebrae for Startups, em parceria com a aceleradora de empresas nascentes Wylinka. “A ideia foi fazer um mapeamento mais amplo de startups científicas do Estado de São Paulo de modo a entender o potencial de crescimento e de impacto, além de identificar onde estão situadas, quais os setores em que atuam, se já têm mercado e receberam investimento, entre outras questões”, diz Maria Augusta Miglino, consultora de inovação do Sebrae for Startups.

O levantamento identificou 388 startups de base científica e tecnológica em operação no Estado de São Paulo. Em sua maioria, elas desenvolvem tecnologias nas áreas de biotecnologia, big data, inteligência artificial e machine learning e os segmentos de mercado que mais atendem são os de saúde e bem-estar e do agronegócio.

A maior parte das deep techs paulistas está situada no centro e no leste do estado de São Paulo, em razão da proximidade com os principais eixos de desenvolvimento estaduais, de grandes universidades, institutos de pesquisa e parques tecnológicos e de ambientes de inovação bem estruturados, apontou o mapeamento.

A cidade de São Paulo é o principal polo do estado, abrigando cerca de 40% das startups científicas. Também são destaques as cidades de Campinas (10%), São Carlos (8,2%), Ribeirão Preto (7,8%) e São José dos Campos (4,6%).

Cerca de 90% das startups são detentoras de uma nova solução tecnológica, sendo que 62% têm como foco a aplicação da solução em um mercado já consolidado e 29% demonstram ter maior potencial de inovação, aplicando a solução em mercados ainda não explorados.

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A maioria iniciou o desenvolvimento tecnológico entre um e cinco anos e aproximadamente 50% consideram que sua solução já está pronta para o mercado. “As startups científicas trabalham com tecnologias complexas, muitas vezes com prazo de maturação mais longo do que as startups digitais. São projetos que demoram anos na bancada de laboratórios e são embasados em um conhecimento que vem sendo construído e validado”, explica Miglino.

Aproximadamente 50% delas receberam investimento superior a um milhão de reais. Dessas, a maioria (cerca de 70%) são empresas de micro e pequeno porte, com faturamento de até 4,8 milhões de reais.

Além de recursos próprios, quase 70% das deep techs paulistas contaram com investimentos de programas de fomento de fundações públicas, como o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp, para viabilizar seus projetos, aponta o mapeamento.

“O estudo mostra que os recursos obtidos por meio de editais de fomento, como os lançados pela Fapesp e a Finep [Financiadora de Estudos e Projetos], são essenciais no momento inicial dessas empresas para que possam dar os primeiros passos e começar a desenvolver suas soluções”, afirma Débora Prado, analista de projetos sênior da Wylinka.

Deep techs mais promissoras

O mapeamento foi feito por ocasião de um prêmio instituído pelo Sebrae for Startups e pela Wylinka com o intuito de identificar as cem startups científicas e tecnológicas com maior potencial para 2023.

Por meio de uma chamada pública, indicação via escritórios regionais do Sebrae-SP, do ecossistema de inovação e pelo mapeamento ativo realizado pela Wylinka e pelo Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da Universidade de São Paulo (PGT-USP), foram mapeadas, inicialmente, 531 startups com potencial de participação no prêmio.

Um primeiro filtro eliminou as empresas sem base científica e tecnológica e as de fora do estado, chegando a 388. Na segunda fase, 277 informaram dados adicionais para uma avaliação mais aprofundada. Cada uma delas foi avaliada por dois avaliadores técnicos e dois avaliadores de negócios, resultando em um total de 908 pareceres.

As startups com as maiores médias das notas dos avaliadores foram contempladas com o prêmio, cujo resultado foi anunciado no dia 8 de dezembro.

A maior parte das 103 startups premiadas foi constituída entre 2017 e 2019 e 71 delas foram apoiadas pelo Pipe-Fapesp.

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“O prêmio é uma forma de dar visibilidade para investidores e possíveis parceiros para deep techs existentes no estado de São Paulo, que estão ganhando o mundo, crescendo e mostrando cada vez mais sua relevância”, avaliou Miglino.

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