Coronavírus na piscina: maior perigo são as pessoas, não a água
O vírus provavelmente não sobrevive às condições da piscina, mas aglomerações na água apresentam mesmo risco de transmissão fora dela
Ao mesmo tempo em que os períodos de quarentena se estendem em diferentes regiões, a vontade de diversificar as atividades de lazer e a reabertura de áreas comuns em condomínios, como academias e piscinas, aumenta. Com relação às salas de ginástica, o uso compartilhado de aparelhos para exercícios físicos inviabiliza considerar a retomada neste momento. Por outro lado, fala-se pouco sobre a possibilidade de transmissão do coronavírus pela água.
De acordo com um relatório feito pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha (CSIC, na sigla em castelhano), a pedido da Secretaria de Estado de Turismo, a água não é um ambiente amigável para o Sars-Cov-2, mas a aglomeração dentro dela tem o mesmo efeito percebido em qualquer outro lugar. O documento foi produzido com base em pesquisas sobre a transmissão do coronavírus.
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Clique e AssineO relatório pontuou que as soluções desinfetantes das piscinas, como o uso de cloro, deveriam ser suficientes para acabar com o vírus. No mar, a presença de sal e o efeito de diluição do microorganismo são elementos que provavelmente contribuem para uma diminuição da carga viral e a sua inativação. De acordo com o chefe de doenças infecciosas da Escola de Medicina Perelman, da Universidade de Pensilvânia, Ebb Lautenbach, “não há nada inerente sobre a água do oceano ou especialmente a água de piscinas que seja perigoso. O vírus não é transmitido por uma via aquática”.
Contudo, o risco de transmissão de pessoa para pessoa, a principal forma de contaminação pela Covid-19, se mantém em qualquer meio, seja no mar ou em uma piscina, da mesma maneira como ocorre fora da água.